ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE ALAGOAS
Palavras-chave:
Epidemiologia, HIV, TuberculoseResumo
RESUMO: Introdução: A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um dos mais importantes fatores de risco para o adoecimento por Tuberculose (TB), sendo que uma enfermidade leva à progressão da outra. Isto se deve ao comprometimento do sistema imunológico dos indivíduos infectados pelo vírus, o que favorece o surgimento de doenças oportunistas, dentre elas a tuberculose. Nesse sentido, o risco para desenvolver TB num indivíduo coinfectado pelo Mycobacterium tuberculosis, cresce de 15% para 50% no decorrer da vida. (BARBOSA, 2013) Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de coinfecção TB/HIV entre os pacientes atendidos em hospital de referência no Estado de Alagoas, avaliando a faixa etária, o gênero, o tipo de tuberculose, situação de encerramento, dentre outras comorbidades que podem estar associadas. Metodologia: Trata-se de um tipo de estudo retrospectivo descritivo, onde foram analisados os prontuários dos pacientes coinfectados com TB/HIV em um hospital de referência no Estado de Alagoas, referente ao período compreendido entre janeiro de 2015 até maio de 2019, associando-se a consultas realizadas no banco de dados do DATASUS/tabnet. Os dados foram tabulados em planilhas do Excel e analisados de acordo com as variáveis estabelecidas. Resultados: Conforme à análise dos prontuários, pôde-se inferir que de acordo com o período supracitado, foram notificados 484 casos de coinfecção TB/HIV, sendo que 66,32% dos casos são referentes ao gênero masculino. Outrossim, de acordo com o ano de notificação notou-se que desde o ano de 2015 até maio de 2019, o número de casos vem aumentando sucessivamente. Ademais, a faixa etária mais acometida compreende pacientes de 30 a 49 anos de idade, totalizando 316(65,27%) casos. Além disso, dentre os diversos tipos de tuberculose, a forma pulmonar é a mais prevalente, presente em 367(75,82%) casos, seguida pelas formas extrapulmonares com 94(19,42%) casos. Adicionalmente, verificou-se que os percentuais de cura ainda estão aquém dos valores pactuados pela OMS, atingindo apenas 22,93% dos casos. Além disso, o percentual de óbitos por Tuberculose foi de 16,32%, outrossim, a taxa de abandono (19,62%) foi elevada, visto que a OMS almeja este percentual em torno de 5%. Ademais, foi possível inferir que dos 95 casos de abandono retratados, 41 foram notificados como alcóolatras, estabelecendo um percentual de 43,15% do total de abandono. Além disso, dos 79 óbitos por Tuberculose registrados, 32(17,48%) eram notificados como alcóolatras, criando um percentual de 40,5% em relação ao total de óbitos por TB. Dessa maneira, o alcoolismo, por si só, exerce influência sobre o prognóstico e tratamento da TB. Conclusão: Nesse sentido, fica evidente que a coinfecção TB-HIV ainda se configura um grande desafio para a saúde global, especialmente em países com recursos limitados e com grandes populações de indivíduos. Desse modo, apesar dos esforços empreendidos pelas equipes de saúde, a coinfecção ainda representa grave problema, visto que pessoas contaminadas por ambas as infecções são potentes fontes de disseminação da doençaDownloads
Referências
Referências/references:
BARBOSA, Eric Lima; LEVINO, Antônio. Análise da coinfecção TB/HIV como fator de desenvolvimento da tuberculose multidroga resistente: uma revisão sistemática. Rev Pan-Amaz Saúde, Ananindeua, v.4, n.4, p.57-66, dez. 2013
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