TELEMEDICINA COMO TRATAMENTO PARA DEPRESSÃO PÓS-PARTO EM MEIO À PANDEMIA DA COVID-19

Autores

  • Felipe Leite Nonato de Sá Centro Universitário Tiradentes - UNIT-AL
  • Artur Bruno Silva Gomes Centro Universitário Tiradentes - UNIT-AL
  • Juliana Matos Ferreira Bernardo Centro Universitário Tiradentes - UNIT-AL
  • Jaim Simões de Oliveira Centro Universitário Tiradentes - UNIT-AL

Palavras-chave:

Depressão Pós-Parto, Infecção por coronavírus, Telemedicina

Resumo

INTRODUÇÃO: Depressão Pós-Parto (DPP) é uma condição subdiagnosticada relacionada a problemas biopsicossociais e exposição a eventos estressores. Cerca de 10-15% das mulheres e um terço das pacientes com histórico depressivo prévio desenvolvem DPP, promovendo impactos negativos na qualidade de vida, no desenvolvimento infantil e na relação com o parceiro. A pandemia da COVID-19 apresenta-se como fator de risco, apontando como motivos: dificuldades de acesso ao cuidado perinatal, risco de infecção da mãe-bebê, fontes de informações pouco precisas e carência de redes de suporte. Assim, a telemedicina mostra-se como uma alternativa de tratamento, possibilitando acesso à psicoterapia e ao aconselhamento familiar remotos. OBJETIVO: Apontar o impacto da pandemia da COVID-19 na depressão pós-parto e demonstrar a eficácia da telemedicina como terapêutica para a depressão pós-parto. METODOLOGIA: Revisão integrativa na base de dados Pubmed, utilizando-se duas estratégias de busca: “covid-19 AND postpartum depression” e “mobile health AND postpartum depression". Como critério de inclusão, usaram-se filtro de versão 5 anos e língua inglesa, enquanto o critério de exclusão foi estudos que não abordavam depressão pós-parto. As buscas retornaram respectivamente 9 e 34 artigos, após análise dos títulos e resumos, selecionaram-se 13 trabalhos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a pandemia, observa-se maior prevalência de sintomas de ansiedade (57-60%) e depressão (12-37%), assim como elevação do número de pacientes com escore de risco elevado na Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EDPS) (26-35,4%), em gestantes e mulheres no pós-parto, sugerindo maior suscetibilidade à DPP. Ensaios clínicos randomizados de terapia cognitivo-comportamental por via remota demonstraram remissão da DPP 5,2 vezes maior em comparação ao tratamento padrão no 12° mês após o parto. Observou-se também, 79% de remissão do grupo intervenção contra 18% do controle, em 12 semanas de terapia. Tendo em vista o acesso limitado a intervenções psicossociais e farmacológicas e a inassistência às regiões com baixo nível socioeconômico, o aconselhamento de longa distância foi analisado em estudo clínico, constatando a diminuição da DPP. No pré-teste, o escore médio da EPDS foi de 14,44 e no pós-teste, de 11,94. Ademais, foi constatado que intervenções para motivação de exercício e bem-estar por telefone na prevenção da DPP apresentam melhora na qualidade do sono, apoio social pós-parto e redução da fadiga. Como vantagens relatadas de telemedicina destacam-se: menor custo, facilidade de acesso, flexibilidade de horários, abordagem multimídia e feedbacks. Ademais, as pacientes demonstraram alta aderência, satisfação e possibilidade de recomendação. CONCLUSÃO: A telemedicina é uma oportunidade de transformação à clínica atual, que evidencia as intervenções de “saúde móvel” como ferramenta complementar aos cuidados na prevenção e tratamento da DPP. Além disso, possibilita alfabetização em saúde das mães sobre transtornos psicológicos no pós-parto. As terapias remotas colocam-se como possíveis abordagens frente aos riscos de exposição a COVID‐19 de modo a atenuar a incidência de DPP e suas complicações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Artur Bruno Silva Gomes, Centro Universitário Tiradentes - UNIT-AL

Estatutário do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas, CBMAL, na função de Socorrista do Autorresgate, membro da Seção de Socorro de Emergências - 3 SGBM / 9 Grupamento. Acadêmico do segundo ano de Medicina, do Centro Universitário Tiradentes - UNIT/ AL, sob metodologia ativa. Desempenhou durante três anos o Oral and Written Communication Course, do Centro Cultural Anglo Americano, CCAA. Membro da Comissão Organizadora da Semana Científica do IESC, 2019. Atuou no projeto de extensão Circuito da Criança - Rede de Apoio às ações da Pastoral da Criança nas Comunidades de Santo Onofre e São Rafael, junto com o NASF e a Unidade Docente Assistencial Dr. José Lages Filho. Executou o XXXIV Curso de Emergências Clínico - Cirúrgicas da UFAL, 2019, na Instituição Cultural Casa da Palavra. É membro Voluntário da APALA, Instituição Filantrópica de cuidado ao câncer infantil. Realiza Capacitação Universitária em Psicopatologia Fenomenológica dos Transtornos Mentais, no Instituto Arte & P

Psiquiatria NISE DA SILVEIRA. Monitor do Congresso Internacional de Saúde e Meio Ambiente. Desenvolve resumo aceito e exposto em poster eletrônico no Fronteiras do Envelhecimento, Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Realizou o Projeto Experiência Sírio-Libanês, do Hospital Sírio-Libanês. Atua na qualidade de pesquisador bolsista no Programa Voluntário de de Bolsas de Iniciação Científica, PROVIC, financiada pela UNIT/AL, ciclo (2019-2020). Presidente da Liga Acadêmica de Coletiva, LIASC, da UNIT/AL. Interesse em Patologia, Cirurgia Pediátrica, Neurocirurgia.


Jaim Simões de Oliveira, Centro Universitário Tiradentes - UNIT-AL

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998), mestrado (em Ciencia pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001) e doutorado em ciencia pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005). Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Enzimologia, tendo atuado principalmente nos seguintes temas: via do acido chiquimico e enoil redutase de Mycobacterium tuberculosis, mecanismo de enzymes dependentes de piridoxal-5-fosfato, e proteinas envolvidas na biogenese de clusters ferro-enxofre em Azotobacter vinelandii e Archaeoglobus fulgidus. Colabora como Laboratório de Pesquisa em Recursos Naturais da UFAL no projeto sobre a pesquisa a resposta da cana-de-açucar (Saccharum sp) ao ataque dos insetos-praga broca-da-cana-de-açucar (Diatraea saccharalis) e broca-gigante (Telchin licus licus) por meio de análises proteômicas, metabolômicas e análise de compostos orgânicos voláteis emitidos. Atualmente, Jaim Simões de Oliveira é possui vínculo celetista com o Centro Universitário Tiradentes de Alagos (UNIT-Alagoas), na categoria de Professor Titular I, ministrando disciplinas nos cursos de Medicina, Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição.

Referências

CHAN, K. L. et al. Using smartphone-based psychoeducation to reduce postnatal depression among first-time mothers: Randomized controlled trial. JMIR mHealth and uHealth, v. 7, n. 5, 2019.

DURANKUŞ, F.; AKSU, E. Effects of the COVID-19 pandemic on anxiety and depressive symptoms in pregnant women: a preliminary study. Journal of Maternal-Fetal and Neonatal Medicine, v. 18, p. 1–7, 2020.

FAREWELL, C. V. et al. A Mixed-Methods Pilot Study of Perinatal Risk and Resilience During COVID-19. Journal of Primary Care and Community Health, v. 11, p.1-8, 2020.

JANNATI, N. et al. Effectiveness of an app-based cognitive behavioral therapy program for postpartum depression in primary care: A randomized controlled trial. International Journal of Medical Informatics, v. 141, n. February, p. 104145, 2020.

LEBEL, C. et al. Elevated depression and anxiety symptoms among pregnant individuals during the COVID-19 pandemic. Journal of Affective Disorders, v. 277, p. 5–13, 2020.

LEWIS, B. A. et al. “Rationale, design, and baseline data for the Healthy Mom II Trial: A randomized trial examining the efficacy of exercise and wellness interventions for the prevention of postpartum depression.” Contemporary clinical trials, v. 70,n. p.15-23, 2018.

MILGROM, J. et al. Internet cognitive behavioral therapy for women with postnatal depression: A randomized controlled trial of MumMoodBooster. Journal of Medical Internet Research, v. 18, n. 3, p. 1–18, 2016.

NAIR, U. et al. “The effectiveness of telemedicine interventions to address maternal depression: A systematic review and meta-analysis.” Journal of Telemedicine and Telecare, v. 24,n. 10, p. 639-650, 2018.

NIKSALEHI, S. et al. “The effectiveness of mobile phone text massaging support for mothers with postpartum depression: A clinical before and after study.” Journal of Family Medicine and Primary Care, v. 7,n. 5,p.1058-1062, 2018.

POSMONTIER, B. et al. Telephone-Administered Interpersonal Psychotherapy by Nurse-Midwives for Postpartum Depression. Journal of Midwifery and Women’s Health, v. 61, n. 4, p. 456–466, 2016.

SAWYER, A. et al. The effectiveness of an app-based nurse-moderated program for new mothers with depression and parenting problems (EMUMS Plus): Pragmatic randomized controlled trial. Journal of Medical Internet Research, v. 21, n. 6, 2019.

WOZNEY, L. et al. Strongest FamiliesTM Managing Our Mood (MOM): a randomized controlled trial of a distance intervention for women with postpartum depression. Archives of Women’s Mental Health, v. 20, n. 4, p. 525–537, 2017.

ZHOU, C. et al. The effectiveness of mHealth interventions on postpartum depression: A systematic review and meta-analysis. Journal of Telemedicine and Telecare, 2020.

Downloads

Publicado

2020-11-25

Como Citar

Leite Nonato de Sá, F., Bruno Silva Gomes, A., Matos Ferreira Bernardo, J., & Simões de Oliveira, J. (2020). TELEMEDICINA COMO TRATAMENTO PARA DEPRESSÃO PÓS-PARTO EM MEIO À PANDEMIA DA COVID-19. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13781

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas