PROMOÇÃO DA PERDA DE PESO: SERIA O MONITORAMENTO REMOTO UMA ESTRATÉGIA EFICAZ?
Palavras-chave:
Educação Alimentar e Nutricional, Obesidade, Perda de peso.Resumo
Introdução: A obesidade é um agravo nutricional que tem atingindo proporções alarmantes em todo o mundo, sendo considerado como um grave problema de saúde pública. Além disso, o excesso de peso constitui-se também como um importante fator de risco para várias doenças crônicas não transmissíveis, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Logo, a implementação de ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) são imprescindíveis na perspectiva de auxiliar no enfrentamento dessa doença. Estudos revelam que o uso de programas de EAN com suporte remoto estão associados a uma significativa perda de peso em usuários ativos, e podem ser úteis para melhorar hábitos saudáveis e reduzir níveis de comportamento sedentário ajudando a manter o equilíbrio metabólico. Objetivo: Avaliar a eficácia de programas de emagrecimento com monitoramento remoto no tratamento de mulheres com sobrepeso e obesidade. Metodologia: Estudo desenvolvido segundo os critérios de revisão integrativa da literatura científica. A busca foi realizada em março de 2020. Foram pesquisados artigos indexados nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, por meio das seguintes palavras-chaves: "Educação Alimentar e Nutricional/Food and Nutrition Education” AND “Obesidade/Obesity” AND “Perda de Peso/Weight Loss” AND “Mulheres/Women”. Adotou-se como critérios de inclusão: Artigos originais feitos em humanos, de acesso livre, publicados no período de 2015 a 2020, nos idiomas inglês e português. Foram encontrados 168 artigos, dos quais após leitura de títulos e resumos, nove atenderam ao objetivo deste estudo. Resultados: Ao analisar os nove artigos selecionados, observou-se que os grupos intervencionados apresentaram uma maior perda de peso em comparação com os grupos controle. A presença do acompanhamento em grupo e com suporte remoto pareceu ser mais importante que o número de encontros realizados. Constatou-se uma diferença média de -5,15 Kg e redução de 2,04 pontos do Índice de Massa Corporal (IMC) inicial. Cerca de 50,7% das participantes do grupo intervenção atingiram uma perda de peso ≥5%, sendo mantido uma redução de 40,8%, sete meses após a randomização. Os resultados mostraram que as intervenções de curto e longo prazo de tempo foram eficazes na perda de peso corporal. Além disso, as intervenções baseadas em EAN por meio de estratégias que promoveram perda de peso e mudança de comportamento alimentar contribuíram no tratamento dos indivíduos com excesso de peso. Conclusão: Programas de emagrecimento com monitoramento remoto no tratamento de mulheres com sobrepeso e obesidade corroboraram para aumentar a adesão ao tratamento e repercutiu positivamente na perda de peso corporal, podendo ser elencada como uma conduta benéfica ao processo de emagrecimento nesse público. Conclui-se ainda que oferecer suporte remoto pode ser uma conduta relevante sobretudo por ser uma prática de baixo custo e amplo alcance.
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