PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INJÚRIA RENAL AGUDA NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ
Resumo
INTRODUÇÃO: Injúria Renal Aguda (IRA) é considerada um grupo heterogêneo de patologias que resulta em diminuição abrupta da função renal. Existe dificuldade para se mensurar a incidência da IRA devido às variações encontradas. Classificações como RIFLE, AKIN e KDIGO são usadas com o objetivo de uma padronização mundial e maior acurácia e velocidade no diagnóstico. O diagnóstico precoce se faz importante não só pelos danos a curto prazo que a afecção pode causar, como pelo fato de a doença estar relacionada como marcador de complicações futuras, como doença renal crônica, eventos cardiovasculares e morte prematura. Quesitos como idade, localização geográfica e condição socioeconômica modificam consideravelmente os dados epidemiológicos e eventos futuros da doença. OBJETIVO: Este estudo objetiva descrever o perfil epidemiológico dos pacientes com IRA na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, analisando as principais causas de mortalidade e morbidade associadas à síndrome. METODOLOGIA: Estudo observacional transversal, envolvendo pacientes avaliados pela nefrologia e que receberam diagnóstico de IRA entre 01/01/2012 e 31/12/2019 na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. A equipe de nefrologia definiu a causa principal de IRA e catalogou todos os prontuários avaliados. Foi analisada uma amostra final de 2379 pacientes, sendo coletadas informações sobre sexo, idade, causa principal/etiologia da IRA, presença de doença renal crônica, oligúria, realização de terapia renal substitutiva, setor hospitalar proveniente, entre outros. Os dados foram descritos em números absolutos e taxas percentuais, médias e desvio padrão. RESULTADOS: Predominaram na pesquisa 1327 homens (55,8%). A média de idade dos pacientes foi de 66,17 ± 16,9 anos. A Creatinina média ao diagnóstico foi de 3,46 mg/dL. Do total de pacientes, 41,8% apresentaram oligúria. 26% dos pacientes apresentavam também diagnóstico de Doença Renal Crônica (DRC). A mortalidade geral em 30 dias foi de 33,7% enquanto em 60 dias foi de 38,2% do total de casos. Sepse se apresentou como a causa mais frequente de IRA (38,1% do total). A segunda causa mais frequente de IRA foram causas isquêmicas (desidratação/hipovolemia), representando 17,6%, seguida por Insuficiência Cardíaca (17,2%), causas obstrutivas (9,6%), IRA causada por cirurgias de grande porte (5,3%), Nefrotoxicidade (4,5%) e hepatorrenal (2,3%) e outras (5,6%). Notou-se que 50,9% dos casos analisados foram provenientes de Unidades de Terapia Intensiva. Os setores da clínica médica representaram 41,5%, seguidos pelo setores cirúrgicos, representando 4,3%, e emergência (3,4%). Foi constatado que 38,2% do total tinham indicação clínica e laboratorial para início de diálise. No entanto, desses pacientes, apenas 605 pacientes foram dialisados. CONCLUSÃO: A epidemiologia da IRA no hospital em questão mostrou- se semelhante a de países desenvolvidos analisados no estudo Global Snapshot da iniciativa 0by25, o maior e mais completo estudo sobre epidemiologia da IRA a nível mundial até então. Em nosso estudo, o perfil etiológico da IRA foi pouco modificado ao longo dos anos, porém ocorreu crescimento progressivo do número de casos por ano. Ressalta-se que mesmo com grande tamanho da amostra e considerando-se que o hospital em questão é referência no Estado, não é possível generalizar os dados epidemiológicos obtidos pois foram limitados à apenas um centro.
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