O AGRAVAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19.

Autores

Palavras-chave:

COVID-19, Pandemia, Violência doméstica.

Resumo

Introdução: A violência contra a mulher (VCM) é o ato de agressão física, psicológica ou sexual realizada contra a mulher. Uma em cada três mulheres em idade reprodutiva já sofreu algum tipo de violência ao longo da vida e, durante a pandemia da COVID-19, essa problemática ampliou-se. Os indicadores governamentais, coberturas midiáticas e indicadores de órgãos voltados para o enfrentamento da violência doméstica, relatam que este agravo decorre por fatores como a coexistência forçada com agressores, insegurança econômica e temores sobre o vírus. No Brasil, segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve acréscimo de 22% de casos de feminicídio em 12 estados brasileiros e, para combater a situação, são necessárias políticas públicas que visem combater a VCM durante a pandemia, incentivo às denúncias e punição de agressores. O Brasil, pela herança patriarcal, sempre foi alvo de VCM e, muitas vezes, palco de feminicídios. Objetivo: Analisar o agravo da VCM durante a pandemia. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa, realizada por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados da BVS, com restrição linguística para as línguas portuguesa e inglesa, com filtro de 1 ano. Utilizou-se como descritores: “violence against women” e “pandemic”, retornando 28 artigos, após utilização dos filtros restaram 11 artigos. Com análise dos títulos, resumos e exclusão das duplicatas, selecionaram-se 3 artigos para o estudo. Resultados: Em virtude do isolamento social, evidenciou-se redução nas denúncias referentes à VCM, pois há medo de contágio com COVID-19, bem como receio de realizar a denúncia em si. Prova disso, foram os dados da Polícia Militar de SP, os quais mostram que em março de 2020 houve elevação de 44,9% nos casos de agressões em comparação a 2019. Esse cenário é observado globalmente, haja vista, na pandemia, as mulheres estão confinadas com seus agressores, levando a uma situação de declínio das denúncias. Na China, um departamento de polícia constatou que os casos de VCM triplicaram em fevereiro de 2020, equiparando a fevereiro de 2019; por fim, na Inglaterra, observou-se o dobro de mortes por violência doméstica, durante a quarentena, em contraste com os dez anos antecedentes. Conclusão: Pode-se concluir, a partir das revisões bibliográficas, que a VCM é uma realidade naturalizada pela sociedade, fruto das relações patriarcais, as quais provocam violações de direitos humanos. Nesse cenário pandêmico, notou-se o crescimento dos casos de agressão à mulher, junto às ocorrências de feminicídio. O contexto atual demonstra a necessidade de políticas públicas, tanto para atuar na prevenção e enfrentamento, quanto para o atendimento, acolhimento e orientação às mulheres vítimas de violência, como preconiza a Lei Maria da Penha. 

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Referências

BOND, L. Casos de feminicídio crescem 22% em 12 estados durante pandemia. Agência Brasil, São Paulo. Jun. 2020. Acesso em: Set. 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-06/casos-de-feminicidio-crescem-22-em-12-estados-durante-pandemia.

BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei n. 11.340/2006. Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. Presidência da República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm.Acesso em: 29 set. 2020.

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Fialho Barreto, T. C., Brêda, C. F. de M., Vieira, I. K. F., Machado, R. K. C., Leone, T. R., & Santos, S. M. C. (2020). O AGRAVAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13744

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas