SELEÇÃO E ANÁLISE IN SILICO DE PROTEÍNAS PUTATIVAS DE CORYNEBACTERIUM PSEUDOTUBERCULOSIS
Palavras-chave:
Bioinformática, Linfadeníte Caseosa, LipoproteínaResumo
Introdução: Corynebacterium pseudotuberculosis é uma bactéria classificada como Gram-positiva e é o agente etiológico da Linfadenite Caseosa (LC), enfermidade que acomete ovinos e caprinos. Esta enfermidade se apresenta em duas formas clínicas com formação de piogranulomas, podendo ser classificada como: LC interna (granulomas internos e demais órgãos) e a LC superficial (linfonodos superficiais). Devido a formação desses granulomas o uso de antibióticos se torna ineficaz por não conseguirem ultrapassar a barreira de células, diante disso o método mais utilizado para eliminação é a microcirurgia e apenas possível em casos de LC superficial. A LC interna é dita como assintomática visto que o diagnóstico é a presença de granulomas, além disso, atualmente a vacina comercial apresenta baixa proteção e necessita de reforços anuais, por esses fatores a LC acarreta grandes perdas econômicas na ovinocaprinocultura. Diante disso busca-se antígenos que tenham potencial para formular um diagnóstico sorológico ou mesmo uma vacina eficaz. Com inúmeros genomas ja sequenciados dessa bactéria há uma diversidade de proteínas putativas que podem ser potencialmente viáveis e com o advento da bioinformática torna-se possível seleciona-las in silico [1,2,3]. Objetivo: Selecionar antígenos que apresentem potencial para compor um teste diagnóstico ou uma vacina recombinante contra LC. Metodologia: Para isso acessou-se o GenPept em busca de proteínas de C. pseudotuberculosis para seleçao e subsequente análises de bioinformática para verificar sua localização subcelular com o uso do ProtCompB, alinhamento via Blastn, antigenicidade pelo VaxyJen 2.0, alergenicidade pelo AlgPred e presença de epítopos imunodominantes de celulas B pelo IEDB. Resultados: Um total de 4 proteínas foram selecionadas a CP1 (AKI59415.2), CP2 (AKI58509.2), CP3 (ADL09665.2) e CP4 (ADL09673.2). Após a obtenção das sequências primárias as mesmas foram analisadas no ProtCompB para verificar sua localização subcelular, onde a CP1 e CP2 apresentaram peptídeo sinal como proteína secretada e as CP3 e CP4 classificada como citoplasmática sendo excluídas das próximas análises. Com o uso do Blastn foi possível verificar que a CP1 possuía homologia com uma provável lipoproteína e CP2 continuou como proteína putativa, ou seja, sem função estabelecida. Pelo VaxyJen apenas a CP1 apresentou-se antigênica com um score de 0.57. Com o resultado do VaxyJen a CP2 foi descartada e apenas a CP1 seguiu com as demais análises, se apresentando não alergênica segundo o AlgPred. No IEDB a CP1 apresentou 10 epítopos imunodominantes para células B. Conclusão: A busca de potênciais antígenos através da bioinformática tem sido amplamente utilizada devido a especificidade dos softwares e o baixo custo dos mesmos ao comparar com as etapas experimentais que muitas vezes podem ser suprimidas. Diante dos resultados apresentados foi possível selecionar a CP1 que segundo o alinhamento via Blastn possui homologia com lipoproteínas, as quais vem apresentando um papel direto nas funções associadas à virulência. Na sequência das análises a CP1 foi antigênica e não alergênica, e com 10 regiões capazes de interagir com anticorpos, sendo deste modo um alvo potencial para obtenção de sua versão recombinante para ser usado como antígeno em diagnóstico sorológico por ELISA ou para compor uma formulação vacinal.Downloads
Referências
DE OLIVEIRA SILVA, Mara Thais et al. Establishment of an objective endpoint in mice model for caseous lymphadenitis vaccine trials. Veterinary microbiology, v. 230, p. 86-89, 2019.
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