AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DA ESPESSURA DA SÍNFISE MANDIBULAR EM DIFERENTES PADRÕES DE CRESCIMENTOS FACIAIS: ESTUDO COM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CONE-BEAM

Autores

  • Luciana Nascimento Madeiro de Oliveira Centro Universitário Tiradentes
  • Joanne Bezerra Rodrigues Centro Universitário Tiradentes
  • Hibernon Lopes Lima Filho Centro Universitário Tiradentes

Palavras-chave:

Sínfise mandibular, Tipo facia, Tomografia computadorizada

Resumo

Quando se fala em Ortodontia, deve-se pensar nas estruturas craniofaciais como um sistema complexo que se interliga e define tanto o padrão ósseo estrutural quanto a estética facial. É de grande importância para o ortodontista compreender o desenvolvimento e crescimento facial. Nesse sentido, duas classificações foram realizadas para facilitar o diagnóstico e planejamento ortodôntico no caso dos biótipos faciais. A primeira, citada por Ricketts et al em 1983, divide-se em braquifacial, mesofacial e dolicofacial e diz respeito à altura e largura da face. A segunda classificação se caracteriza pelo ângulo mandibular. Foi citada inicialmente por Downs em 1948 e é dividida em hipodivergente, normodivergente e hiperdivergente. Sendo assim, algumas estruturas do complexo craniofacial foram estudadas no intuito de relacioná-las com os tipos faciais, sendo uma delas a sínfise mandibular, estrutura na qual os incisivos inferiores estão posicionados. Essas estruturas são melhor visualizadas e estudadas a partir de exames radiográficos detalhados, pois, é diante deles que surgirão as possibilidades de tratamento e de um planejamento prévio minucioso. Objetivo: A presente pesquisa buscou mensurar a espessura da sínfise mandibular de 30 tomografias computadorizadas de pacientes dos três diferentes tipos faciais (hipodivergente, normodivergente e hiperdivergente) a fim de relacionar essa medida com o biótipo facial. Metodologia: O estudo baseia-se na análise de tomografias computadorizadas cone-beam, as quais foram obtidas em uma clínica de radiologia odontológica. A amostra de conveniência conta com 30 tomografias de indivíduos entre 18 e 36 anos, independente do gênero (19 mulheres e 11 homens), realizadas no período de 2011 a 2017.  Em relação aos critérios de inclusão, as imagens tiveram que apresentar qualidade técnica satisfatória, sem presença de artefatos que dificultassem a avaliação, ausência de lesões patológicas ou traumas. A amostra em questão já possui aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes, Alagoas, Brasil (CAAE: 63541316.6.0000.5641). O estudo conta com duas variáveis, sendo a variável dependente a espessura da sínfise mandibular e a variável independente o padrão de crescimento facial. Como critério de classificação, as tomografias foram divididas em G1 (pacientes hipodivergentes), G2 (pacientes normodivergentes) e G3 (pacientes hiperdivergentes) de acordo com suas características faciais. A partir disso, foram analisadas uma por uma quanto a espessura da sínfise mandibular nos três terços do elemento dentário (apical, médio e cervical) através de um software (ImplantViewer3) e posteriormente os dados foram submetidos à análise estatística para comparação dos resultados obtidos. Conclusão: Observou-se com o estudo que não houve diferença significativa da espessura da sínfise mandibular entre os biótipos faciais, no entanto, quando se comparou os terços de um mesmo biótipo facial, percebeu-se que no biótipo hipodivergente há diferença significativa entre os terços, no biótipo normodivergente houve significância entre os terços apical e médio e apical e cervical e no biótipo hiperdivergente, apenas os terços apical e médio apresentaram significância estatística.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AHMED M.; SHAIKH A.; FIDA M. Diagnostic performance of various cephalometric parameters for the assessment of vertical growth pattern. Dental Press J Orthod., v. 21, n. 4, p. 41-9, jul. 2016;

ARRUDA, K. E. M.; VALLADARES NETO, J.; ALMEIDA, G. de A. Assessment of the mandibular symphysis of Caucasian Brazilian adults with well-balanced faces and normal occlusion: the influence of gender and facial type. Dental Press J. Orthod., Maringá, v. 17, n. 3, p. 40-50, jun. 2012;

BENEDICTO, E. N.; KAIRALLA, S. A.; KAIEDA, A. K.; DE MIRANDA, S. L.; TORRES F. C.; PARANHOS L. R. et al. Determinação do padrão esquelético vertical da face. Rev Bras Cir Craniomaxilofac., v. 14, n. 1, p. 44-9, 2011;

BJÖRK, A. Cranial base development: a follow-up x-ray study of the individual variation in growth occurring between the ages of 12 and 20 years and its relation to brain case and face development. Am J Orthod, St. Louis, v. 41, n. 3, p.198-225, mar. 1955;

BROADBENT, B. H. A new X-ray technique and its application to Orthodontia. Angle Orthod., Appleton, v. 1, n. 2, p. 45-66, abr. 1931;

CARVALHO, M. H. S. Avaliação do padrão esquelético vertical da face na oclusão normal natural e nas maloclusões de angle, e sua correlação com a sínfise mandibular. 2011. 112 f. Dissertação (Mestrado em Ortodontia) - Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2011;

CERDA-PERALTA, B. et al. Parámetros cefalométricos para determinar biotipo facial en adultos chilenos. Rev. Clin. Periodoncia Implantol. Rehabil. Oral, Santiago, v. 12, n. 1, p. 8-11, mar. 2019;

CICCHETTI, D. V. Guidelines, criteria, and rules of thumb for evaluating normed and standardized assessment instruments in psychology. Psychological Assessment, v. 6, n.4, p. 284–290, 1994;

CLOSS, L. Q. et al. Association between post-orthodontic treatment gingival margin alterations and symphysis dimensions. Acta Odontol. Latinoam., Buenos Aires, v. 27, n. 3, p. 125-130, dez. 2014;

DOWNS, W. B. Variations in facial relationships; their significance in treatment and prognosis. Am J Orthod. v. 34, n. 10, p. 812-40, out. 1948;

ENLOW, D. H. A morphogenetic analysis of facial growth. Am J Orthod, St. Louis, v. 52, n. 4, p. 283-299, abr. 1966;

FOOSIRI, P.; MAHATUMARAT, K.; PANMEKIATE, S. Relationship between mandibular symphysis dimensions and mandibular anterior alveolar bone thickness as assessed with cone-beam computed tomography. Dental Press J. Orthod., Maringá, v. 23, n. 1, p. 54-62, jan. 2018;

GARIB, D. G. et al. Morfologia alveolar sob a perspectiva da tomografia computadorizada: definindo os limites biológicos para a movimentação dentária. Dental Press J. Orthod., Maringá, v. 15, n. 5, p. 192-205, out. 2010.

GARIB, D. G. et al. Tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone beam): entendendo este novo método de diagnóstico por imagem com promissora aplicabilidade na Ortodontia. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 12, n. 2, p. 139-156, abr. 2007;

GARLOCK, D. T.; BUSCHANG, P. H.; ARAUJO, E. A.; BEHRENYS, R. G. & KIM, K. B. Evaluation of marginal alveolar bone in the anterior mandible with pretreatment and posttreatment computed tomography in nonextraction patients. Am. J. Orthod. Dentofacial. Orthop., v. 149, n. 2, p. 192-201, 2016;

GREHS, R. A. Caracteristicas morfologicas, dimensionais e posicionais da sinfise mandibular humana, sob enfoque radiocefalometrico. 1979. 154 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Piracicaba, 1979;

KIM, H. J.; YU, S. K.; LEE, M. H.; LEE, H. J.; KIM, H. J. & CHUNG, C. H. Cortical and cancellous bone thickness on the anterior region of alveolar bone in Korean: a study of dentate human cadavers. J. Adv. Prosthodont., v. 4, n. 3, p. 146-52, ago. 2012;

LUCATO, A. S. Avaliação da morfologia do processo alveolar da sínfise mandibular e da posição do incisivo inferior, na maloclusão classe II, divisão 1. 2006. 90f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Piracicaba, 2006;

LUND, H.; GRONDAHL, K.; GRONDAHL H. G. Cone beam computed tomography evaluations of marginal alveolar bone before and after orthodontic treatment combined with premolar extractions. Eur J Oral Sci, v. 120, p. 201-11, 2012;

VELASQUEZ, H. et al. Hueso Cortical en Sínfisis Mandibular de Sujetos de Clase I. Int. J. Morphol., Temuco, v. 34, n. 1, p. 371-374, mar. 2016;

VELASQUEZ, H. et al. Morfología Ósea de Sínfisis Mandibular: Estudio Piloto. Int. J. Morphol., Temuco, v. 33, n. 1, p. 355-360, mar 2015;

RÉDUA, R. B.; CARVALHO, F. De A. R.; ARTESE, F. R. G. Measurement of the bone height of mandibular incisors and canines on computed tomography-Limitations according to bone thickness. Orthodontics & Craniofacial Research, v. 1, p. 1-7, 2019;

RICKETTS, R. M.; BENCH, R. W.; GUGINO, C. F.; HILGERS J. J.; SCHULHO R. J. Técnica bioprogresiva de Ricketts. Buenos Aires:Panamericana;1983;

SILVA FILHO O. G.; QUEIROZ A. P.; HERKRATH F. J.; SILVA G. F. Correlação entre padrão facial e relação sagital entre os arcos dentários no estágio de dentadura decídua: considerações epidemiológicas. Rev Dental Press Ortodon Ortopedia Facial., v. 13, n. 1, p. 101-12, 2008;

Downloads

Publicado

2020-11-25

Como Citar

Madeiro de Oliveira, L. N., Rodrigues, J. B., & Lima Filho, H. L. (2020). AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DA ESPESSURA DA SÍNFISE MANDIBULAR EM DIFERENTES PADRÕES DE CRESCIMENTOS FACIAIS: ESTUDO COM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CONE-BEAM. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13733

Edição

Seção

Seminário de Iniciação Científica - PIBIC/FAPEAL - Ciências da Saúde e Biológicas