MARCADORES GENÉTICOS PARA FIBROMIALGIA EM MULHERES

Autores

Palavras-chave:

fibromialgia, mulheres, saúde mental

Resumo

Introdução A Síndrome de Fibromialgia (SFM) é uma síndrome reumática caracterizada por uma dor musculoesquelética difusa e crônica, com pontos dolorosos específicos à palpação, associada à fadiga e rigidez matinal, que causa grande impacto na capacidade funcional e na qualidade de vida do indivíduo, o que contribui para o adoecimento psíquico. A elevada prevalência e indicadores de aumento nas incidências de dores crônicas em mulheres, como a Fibromialgia (FM), produzem reflexões sobre diagnóstico, abordagem terapêutica e intensidade dos sintomas relatados pelos pacientes, muitas vezes desacreditados pela família em razão da falta de indicadores nos exames. Dessa maneira, é fundamental a identificação de potenciais biomarcadores que possam ser utilizados para auxiliar o diagnóstico e o controle do tratamento de SFM. Objetivo Analisar a presença de marcadores genéticos e biomarcadores que possam auxiliar a detecção e a incidência de fibromialgia em mulheres. Metodologia Trata-se de uma revisão de literatura. Os dados foram obtidos a partir de busca nas principais bases de dados em saúde: Editora do Ministério da Saúde, fontes de informação pelas Ciências da Saúde em Geral - Lilacs, Medline, SciELO, PubMed. Na plataforma PubMed, utilizou-se os descritores "fibromyalgia" AND "women", selecionando os filtros: 5 anos, realizada em humanos, com texto integral, obtendo 43 artigos. Resultados Na fibromialgia (FM), a inflamação e a lesão neural desencadeiam o desenvolvimento da dor neuropática, com a hiperexcitabilidade e a indução da alteração perceptiva da dor, além do funcionamento dos canais iônicos expressos pela sensibilização neuroral. Vê-se, a partir disso, a retroalimentação positiva entre o aumento da atividade elétrica dos neurônios e a ativação de células inflamatórias periféricas e centrais, as quais ajudam a sustentar os mecanismos da neuroinflamação e da dor neuropática crônica. Estudos recentes apontam associações da etiologia da dor com níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias, como as interleucinas IL-1, IL-6, IL-8 e TNF-α, e com alterações na perfusão sanguínea cerebral, verificadas por ressonância nuclear magnética, com diminuição do fluxo nas áreas do córtex frontal e parietal superior, tálamo e núcleo caudado. Além disso, observou-se a presença de biomarcadores sorológicos (como anticorpos, neuropeptídeos, marcadores inflamatórios), citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias, proteínas diferencialmente expressas em pacientes com SFM, como a ciclofilina A,  calgranulinas (A e C) e fosfoglicerato mutase I (PGAM I), sendo esta relatada por ser mais expressa em pacientes SFM do que em indivíduos saudáveis. A PGAM I é uma enzima envolvida na oitava fase da glicólise, na catálise reversível do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato. Conclusão Infere-se, com isso, que a identificação desses marcadores genéticos e biomarcadores pode contribuir para o diagnóstico precoce da SFM, bem como servir de objeto de estudo para cuidados e prevenção da doença em mulheres, além de garantir uma melhor qualidade de vida a partir do controle da dor e das repercussões físicas e psicossociais sofridas por essa afecção.

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Biografia do Autor

Lara Moreira de Souza Farias, Unit

Estudante de Medicina do 5 Período UNIT

Ana Laura Valença de Oliveira, Unit

Estudante de Medicina do 5 Período UNIT

Carla Patrícia Alves Barbosa, UNIT

Estudante de Medicina do 5 Período UNIT

Marcos Reis Gonçalves, UNIT

PROF. DR. PEDIATRA

Referências

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Farias, L. M. de S., de Oliveira, A. L. V., Alves Barbosa, C. P., & Gonçalves, M. R. (2020). MARCADORES GENÉTICOS PARA FIBROMIALGIA EM MULHERES. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13730

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas