SEXO NA ADOLESCÊNCIA E TABU: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SEXUAL
Palavras-chave:
Educação sexual, sexo e adolescente.Resumo
Introdução: A adolescência é o período de transição no desenvolvimento biopsicossocial, englobando uma série de mudanças fisiológicas e cognitivas referentes a maturação dos caracteres sexuais secundários. Dessa forma, tais mudanças provocam intensa suscetibilidade destes indivíduos acerca de como lidar com estas mudanças frente aos paradigmas sociais, sobretudo com o despertar sexual e seus tabus, que, corriqueiramente, reprimem o acesso à informação confiável, favorecendo aos riscos reprodutivos e sexuais que podem ser mitigados com a educação sexual. Objetivo: Abordar a importância da educação sexual como ferramenta de desmistificação do tabu sobre o sexo na adolescência e suas consequências. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, cuja base de dados utilizada foi PUBMED, com os descritores: ‘’sex’’, ‘’adolescent’’ e ''sex education'', junto ao operador booleano AND, resultando em 213 artigos. Após aplicar os filtros de texto completo disponível, línguas inglesa e portuguesa, tempo (2018-2020) e da leitura dos títulos e resumos, foram selecionados 7 artigos. Resultados e Discussão: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde sexual compreende um estado completo de bem-estar físico, emocional, social e mental relacionada a sexualidade, com a necessidade de experiências e abordagens positivas e não discriminatórias que reverberem na coerção do indivíduo. Diferentemente do que permeiam o senso comum, a educação sexual não compreende a “ensinar a fazer sexo”, mas a fornecer uma abordagem apropriada de acordo com a faixa etária e a inserção social do adolescente. Entende-se que o ambiente no qual o adolescente está inserido pode conter abusos sexuais, haja vista que os abusadores, em 85% dos casos são próximos da vítima e do sexo masculino. Diante desse cenário conturbado, mudanças comportamentais surgem, como problemas interpessoais, alterações na sexualidade, adoção de comportamentos sexuais de risco, dificuldades educacionais, aumento do uso de álcool e outras drogas, além do início precoce do sexo consensual, múltiplos parceiros sexuais e suscetividade à infecções sexualmente transmissíveis. Nesse viés, destaca-se a HIV entre adolescentes e jovens, em que essa população apresenta barreiras no tratamento da HIV, pois sofre com a falta de dados, criminalização da identidade, estigma, não acesso a serviços, barreiras individuais e familiares. Aliado a educação sexual falha, a gravidez na adolescência é um importante fator que pode resultar em agravos para a saúde pública, apresentando conjuntamente os seguintes riscos: baixo nível educacional e socioeconômico, bem como a falta de apoio familiar dificulta o uso de preservativos e anticoncepcionais. Conclusões: Em suma, importantes aspectos favorecem a implementação da educação sexual com o fito de prevenir a gravidez precoce, a disseminação de IST’s e a violência sexual. Para isso, tem-se a importância do apoio integral na saúde, por meio de uma equipe multidisciplinar. Além disso, pode-se fazer o uso de tecnologias de intervenções na saúde sexual a fim de obter o aumento do uso consistente de preservativo e o retardo da atividade sexual, agravos da saúde sexual na adolescência.
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Referências
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