PREVALÊNCIA DE LESÕES CORRELACIONADA AO VOLUME DE TREINO NO TRIATLO

Resumo

O triatlo é uma modalidade esportiva que envolve natação, ciclismo
e corrida. Seu início se deu nos Estados Unidos na década de 70,se tornando
uma modalidade olímpica no ano 2000. Segundo a Confederação Brasileira de
Triathlon (CBTri), o Brasil figura hoje entre as 10 nações mais fortes do mundo
nessa modalidade, com mais de 20 mil praticantes em todo o país. Apesar da
prática do triatlo conseguir gerar efeitos fisiológicos benéficos, ele também
pode levar a efeitos adversos, resultantes do alto volume de treinamento e o
intenso estresse físico na competição devido às altas demandas impostas pelo
esporte. O objetivo desse trabalho foi identificar a prevalência de lesões no
triatlo relacionadas ao volume de treino, de acordo com as modalidades de
ciclismo, corrida e natação. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal
observacional realizado a partir de uma amostra por conveniência. A amostra
do estudo foi constituída por triatletas de ambos os sexos, onde foram
convidados para participarem do estudo, mediante convite via e-mail (durante o
período entre agosto de 2019 a junho de 2020) e durante a competição
nacional IRONMAN 70.3 Maceió, ocorrida entre os dias 02 e 03 de agosto de
2019. Foi aplicado um questionário estruturado, composto por 9 perguntas,
subdividido em domínios com questões referentes à prática esportiva,
prevalência de lesões durante o treino nos últimos 12 meses, quantidade de
lesões por modalidade e quantidade de horas e dias de treino por semana.
Foram avaliados 211 atletas, sendo 166 homens (78,2%) e 45 mulheres
(21,3%). Desses, 45,5% responderam que tiveram alguma lesão
musculoesquelética nos últimos 12 meses. Dentre as mulheres 51,1%
relataram lesão, enquanto entre os homens 44% relataram terem sofrido
alguma lesão no último ano. O maior número de lesões relatadas aconteceram
durante a corrida (75,5%), seguidas por lesões no ciclismo (14,7%) e natação 

(9,8). O volume de treino médio dos atletas lesados foi de 15,5 horas
semanais, sendo o volume de homens e mulheres semelhantes, sendo em
média 7 horas semanais dedicadas ao ciclismo, 4,5 horas semanais a corrida e
4 horas semanais a natação. Podemos concluir que as mulheres apresentaram
maior percentual de lesões e a corrida foi apontada como a modalidade mais
lesiva, seguida pelo ciclismo e depois, natação. Mesmo a corrida não
apresentando maior volume de treino semanal foi a modalidade que mais
apresentou relato de lesões. A corrida é a última fase da competição, dessa
forma é a fase em que o atleta está mais exposto aos riscos de lesão, devido à
sobrecarga sofrida durante toda a competição. Vale ressaltar que o triatleta se
submete a grandes volumes de treino para poder se preparar para as
competições, sendo que muitas vezes se submete a cargas excessivas e não
respeita o tempo adequado de recuperação entre os treinos, aumentando o
risco de lesões.