FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO DA SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO

Resumo

Introdução: O mecônio é um material fecal verde escuro, produzido antes do nascimento pelo intestino do feto. Normalmente, é eliminado após o nascimento quando o recém-nascido inicia a sua alimentação, podendo ocorrer, essa eliminação, antes ou durante o nascimento no líquido amniótico.  Todavia, após o nascimento, quando o mecônio é aspirado pelo recém-nascido bloqueando desse modo as vias respiratórias, podendo até levar ao colapso dos pulmões, estamos diante da síndrome de aspiração de mecônio (SAM). Objetivo: Analisar a fisiopatologia da síndrome de aspiração de mecônio e o seu tratamento.; Material e Métodos ou Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura na base de dados PUBMED, onde foi encontrado o total de vinte e quatro publicações e selecionadas ao final seis publicações. Utilizaram-se os descritores “aspiration meconium syndrome”, “neonatal” e “treatment”, com o operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão foram: artigos completos e disponíveis; publicados em português ou inglês, entre os anos de 2019 a 2020. Já o critério de exclusão foi a falta de pertinência temática. Resultados: A patogênese da síndrome de aspiração de mecônio é complexa, no estágio mais grave da doença, o mecônio aspirado obstrui as vias aéreas e pode resultar em atelectasia alveolar. A disfunção do surfactante pulmonar é uma das principais características patogênicas na síndrome de aspiração de mecônio.  Assim, com o início da ventilação, o mecônio aspirado atinge os alvéolos, onde inativa o surfactante e desencadeia a inflamação. Além disso, o mecônio é fonte de mediadores pró-inflamatórios, como interleucinas (IL) -1, -6 e -8, fator de necrose tumoral α (TNFα). O tratamento mais comum nos casos de SAM é a administração de surfactante que pode ser mais eficaz na remoção parcial de mecônio dos pulmões, ainda sem evidências conclusivas sobre a sua eficácia. Embora não tenha encurtado os dias de oxigenoterapia e internação hospitalar, os estudos mostram que a lavagem com surfactante não aumenta o risco de complicações da doença. Conclusão: Dessa forma, no tratamento da síndrome da aspiração de mecônio é relevante o uso de lavagem com surfactante exógeno. A administração intratraqueal de um bolus de surfactante mostrou ser efetivo para a melhora da função pulmonar e sobrevida. Além disso, a lavagem com surfactante se mostra significativamente eficaz com relação ao índice de oxigênio e dias de ventilação mecânica.