AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ENDODONTISTAS EM RELAÇÃO A PACIENTES HEMOFÍLICOS.

Resumo

Introdução: Definida como uma doença genética e hemorrágica, a hemofilia é identificada clinicamente pelo sangramento excessivo e por demandar um tempo maior para formação do coágulo, devido a deficiência dos fatores de coagulação que são necessários para formação do coágulo sanguíneo. Essa condição requer um tratamento envolvendo diversas áreas da saúde, incluindo a Odontologia, uma vez que a cavidade oral é bastante vascularizada predispondo a região a situações de sangramento. Todavia, vale destacar que por vezes muitos desses indivíduos acabam que negligenciando sua higiene bucal decorrente do medo de apresentar sangramentos durante a escovação e o uso do fio dental. Objetivo: Realizar uma avaliação do conhecimento dos endodontistas, cadastrados no setor público, em relação a hemofilia e aos cuidados e manejo do tratamento endodôntico em pacientes hemofílicos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa, realizada com cirurgiões-dentistas, endodontistas, da Secretaria Municipal de Saúde em atividade nas Unidades de Saúde Básica da cidade de Maceió, através de um questionário contendo informações pessoais e seis perguntas quanto ao conhecimento desses profissionais sobre hemofilia e o manejo em caso de haver necessidade de tratamento endodôntico. Resultados: De acordo com os resultados foi possível constatar que a totalidade dos profissionais tem ciência do que se trata a doença, mesmo que de forma rasa e objetiva, o que é benéfico, principalmente na assistência ofertada, visto que, a frequência mensal encontrada de pacientes hemofílicos na rede pública varia entre 5 a 15 indivíduos por mês. A respeito da oportunidade de prestar assistência a esses portadores, 57,14% afirmaram já ter atendido e 42,86% que não, aos que responderam que sim, assinalaram que em média de 5 (cinco) hemofílicos chegaram a necessitar de procedimento endodôntico. Com isso, a fim de avaliar se os profissionais sabiam algo a respeito das peculiaridades que envolvem o protocolo de tratamento desses pacientes, sendo perguntado se o profissional julgava necessário algum procedimento ou conduta diferenciada, 25,00%, afirmaram que não e 75,00% que sim, desses que julgaram necessário, 100% dos voluntários responderam que a solicitação de exame sanguíneo é necessário e 28,57%, acham que além do sanguíneo deve-se pedir também exames glicêmico. Conclusão: Apesar dos endodontistas saberem a definição da hemofilia, 25% julgaram que não há necessidade de cuidados especiais durante os procedimentos com esses portadores, o que sugere falta de conhecimento a respeito das particularidades que o grupo carece durante os procedimentos, contudo se faz necessários outros estudos e projeto de um protocolo com os cuidados e manejos, proporcionando maior segurança aos profissionais e hemofílicos.