Perfil de Mortalidade dos Idosos com HIV em Alagoas
Palavras-chave:
Alagoas, Epidemiologia, HIV, Idoso, MortalidadeResumo
Introdução: Aids é uma comorbidade do sistema imune, proveniente da infecção pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e é caracterizada pelo enfraquecimento imunológico, deixando o indivíduo vulnerável ao aparecimento de doenças oportunistas que vão do resfriado às infecções graves. Globalmente, estimam-se 37 milhões de indivíduos infectados pelo HIV, a doença ainda apresenta alta taxa de mortalidade em relação à população em geral. Nesse ponto, é uma condição crônica, com curso variável que afeta os segmentos em envelhecimento ao longo de décadas. Assim, em razão das comorbidades e complicações decorrentes da senescência, como também por ser um aspecto ignorado tanto na elaboração de políticas públicas, como na execução das ações assistências, além de que no próprio âmbito científico, a literatura pouco aborda a temática para este público, geralmente limitando ao público juvenil. Esse fato torna-se componente essencial entre senis que vivem com HIV/AIDS, não só pela fragilidade física ou psicossocial, mas por necessidade de planejamento de cuidados. Objetivos: Analisar a mortalidade causada por HIV em indivíduos com mais de 60 anos, no estado de Alagoas, no intuito de caracterizar o perfil e a causa da morte relacionada à infecção, assim como comparar as taxas de mortalidade e de notificação dos casos de AIDS. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, epidemiológico de abordagem quantitativa, abrangendo o intervalo de 2009 a 2018, com busca realizada em agosto de 2020, que pretende caracterizar a mortalidade causada por HIV entre indivíduos com mais de 60 anos de idade no estado de Alagoas. Os elementos apresentados foram extraídos do DATASUS, por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade e Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação, além de banco de dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, e artigos científicos retornados da literatura. Resultados: As análises globais e nacionais, evidenciam o perfil excludente e em níveis crescentes de mortalidade por HIV em idosos em Alagoas. Como achados: crescimento do número de óbitos (102%) média/ano, com faixa etária de maior prevalência, idosos de 60 a 69 anos (85,14%); sem escolaridade (11,9%); cor/raça, pardos (63,3%); estado civil solteiro (27,7%); local de ocorrência, 101 mortes por residência; sexo, homens - grupo de maior letalidade (78,2%); estabelecimento de saúde, hospitais (81,2%); município, Maceió/AL concentra (54,4%) dos casos, e conforme ao CID-10, a Classe B-20, doença pelo HIV resultando de infecções e parasitoses (67,32%). Conclusão: Tal desenho epidemiológico denota a necessidade da mudança de concepção social empregada sobre o idoso, sob um estereótipo de inatividade sexual, cabendo à preocupação das infecções sexualmente transmissíveis. Ademais, verifica-se que a relação entre HIV e senilidade revela questões sócio-financeiras, de baixa escolaridade e de vinculação aos segmentos de vulnerabilidade social. Logo, a questão do HIV entre idosos é um problema de saúde pública, mas pouco esclarecido socialmente.
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Referências
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