IMPACTO DA ALIMENTAÇÃO SELETIVA NA QUALIDADE DE VIDA DO AUTISTA E DA FAMÍLIA

Autores

  • Bruna Magalhães Centro Universitário Tiradentes - Alagoas
  • Gabrielle Bento Centro Universitário Tiradentes - Alagoas
  • Vivian Larissa Leite Centro Universitário Tiradentes - Alagoas
  • Kemelle Maria Santiago Centro Universitário Tiradentes - Alagoas

Palavras-chave:

alimentação, autismo, família

Resumo

Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) integra o grupo de transtornos do neurodesenvolvimento, cujas peculiaridades estão nas deficiências na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento e interesses, segundo a Associação Americana de Psiquiatria (2014). Dentro dessa descrição, existe a seletividade alimentar, que pode ser conceituada como uma falta de variedade na dieta ou consumo, em número, limitado de alimentos (CHAWNER; BLUNDELL-BIRTILL; HETHERINGTON, 2019). De acordo com Miyajima et al. (2017), o período da primeira infância é marcado pela experiência da criança com novos alimentos, sabores e texturas, sendo natural ocorrer seletividade alimentar, porém, os indivíduos com transtornos do autista exacerbam a seletividade e se estender por um período de tempo maior do que em outras crianças. Objetivo: Evidenciar o impacto da alimentação restritiva na qualidade de vida das crianças com TEA e de suas famílias. Metodologia: Utilizou-se a plataforma PUBMED com os descritores "selective eating", “autism”, articulando-os com o operador booleano AND, obtendo-se 26 resultados, em seguida foram aplicados os filtros: “free full text”, “in the last 5 years”, restando sete resultados, esses foram analisados por título e resumo, excluindo quatro por não abordarem o temaproposto objetivamente e, por fim, sendo utilizados os três restantes. Resultados: Constatou-se que a restrição alimentar pode ter umimpacto negativo na criança e na família por inúmeros fatores, como preocupação consistentemente com os hábitos alimentares dos filhos, gerando estresse no convívio familiar, por não saber como lidar com a situação que pode vir acompanhada de ansiedade e comportamentos repetitivos e desafiadores por parte da criança. Além disso, segundo Miyajima et al (2017), a maioria dos pais possui a autoconfiança minada diariamente pela situação conflituosa, cuja interferência influencia na melhoria da aceitação dos alimentos por parte das crianças. Por fim, evidenciou-se que vários estudos notificaram que a alimentação seletiva, conforme Hartman, Patel (2020) como a preferência por alimentos doces e salgadas e recusa pelos saudáveis, pode levar a deficiência de micronutrientes, embora os efeitos em longo prazo não tenham sido explorados na literatura ainda, sendo propensa a consequências próprias da idade, como redução de crescimento ósseo por baixa ingestão de cálcio ou escorbuto por baixos níveis de vitamina C. Conclusão: Assim, evidencia-se que o padrão alimentar de crianças portadoras de TEA influencia na sua qualidade de vida, possivelmente com prejuízos à saúde, e de sua família, sendo imprescindível a avaliação e medidas de intervenção de uma equipe multidisciplinar articulada com o acompanhamento familiar terapêutico.Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) integra o grupo de transtornos do neurodesenvolvimento, cujas peculiaridades estão nas deficiências na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento e interesses, segundo a Associação Americana de Psiquiatria (2014). Dentro dessa descrição, existe a seletividade alimentar, que pode ser conceituada como uma falta de variedade na dieta ou consumo, em número, limitado de alimentos (CHAWNER; BLUNDELL-BIRTILL; HETHERINGTON, 2019). De acordo com Miyajima et al. (2017), o período da primeira infância é marcado pela experiência da criança com novos alimentos, sabores e texturas, sendo natural ocorrer seletividade alimentar, porém, os indivíduos com transtornos do autista exacerbam a seletividade e se estender por um período de tempo maior do que em outras crianças. Objetivo: Evidenciar o impacto da alimentação restritiva na qualidade de vida das crianças com TEA e de suas famílias. Metodologia: Utilizou-se a plataforma PUBMED com os descritores "selective eating", “autism”, articulando-os com o operador booleano AND, obtendo-se 26 resultados, em seguida foram aplicados os filtros: “free full text”, “in the last 5 years”, restando sete resultados, esses foram analisados por título e resumo, excluindo quatro por não abordarem o temaproposto objetivamente e, por fim, sendo utilizados os três restantes. Resultados: Constatou-se que a restrição alimentar pode ter umimpacto negativo na criança e na família por inúmeros fatores, como preocupação consistentemente com os hábitos alimentares dos filhos, gerando estresse no convívio familiar, por não saber como lidar com a situação que pode vir acompanhada de ansiedade e comportamentos repetitivos e desafiadores por parte da criança. Além disso, segundo Miyajima et al (2017), a maioria dos pais possui a autoconfiança minada diariamente pela situação conflituosa, cuja interferência influencia na melhoria da aceitação dos alimentos por parte das crianças. Por fim, evidenciou-se que vários estudos notificaram que a alimentação seletiva, conforme Hartman, Patel (2020) como a preferência por alimentos doces e salgadas e recusa pelos saudáveis, pode levar a deficiência de micronutrientes, embora os efeitos em longo prazo não tenham sido explorados na literatura ainda, sendo propensa a consequências próprias da idade, como redução de crescimento ósseo por baixa ingestão de cálcio ou escorbuto por baixos níveis de vitamina C. Conclusão: Assim, evidencia-se que o padrão alimentar de crianças portadoras de TEA influencia na sua qualidade de vida, possivelmente com prejuízos à saúde, e de sua família, sendo imprescindível a avaliação e medidas de intervenção de uma equipe multidisciplinar articulada com o acompanhamento familiar terapêutico.

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Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.

CHAWNER, L. R.; BLUNDELL-BIRTILL, P.; HETHERINGTON, M. M. Interventions for increasing acceptance of new foods among children and adults with developmental disorders: a systematic review. Journal of autism and developmental disorders, v. 49, n. 9, p. 3504-3525, 2019.

HARTMAN, Richard E.; PATEL, Dhira. Dietary Approaches to the Management of Autism Spectrum Disorders. In: Personalized Food Intervention and Therapy for Autism Spectrum Disorder Management. Springer, Cham, 2020. p. 547-571.

MIYAJIMA, Ayumi et al. Development of an intervention programme for selective eating in children with autism spectrum disorder. Hong Kong Journal of Occupational Therapy, v. 30, n. 1, p. 22-32, 2017.

TANNER, Kelly et al. Behavioral and physiological factors associated with selective eating in children with autism spectrum disorder. American Journal of Occupational Therapy, v. 69, n. 6, p. 6906180030p1-6906180030p8, 2015.

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Magalhães, B., Bento, G., Leite, V. L., & Santiago, K. M. (2020). IMPACTO DA ALIMENTAÇÃO SELETIVA NA QUALIDADE DE VIDA DO AUTISTA E DA FAMÍLIA. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13652

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas