DISTÚRBIOS DA TIREOIDE COMO COMORBIDADE PARA A COVID-19

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Palavras-chave:

COVID-10, hipertireoidismo, hipotireoidismo, obesidade, SARS-CoV-2, COVID-19, hyperthyroidism, hypothyroidism, obesity, SARS-CoV-2.

Resumo

Introdução O novo coronavírus (SARS-CoV-2) surgiu em dezembro de 2019 na China, com origem desconhecida e causou uma doença respiratória chamada COVID-19. Sabe-se que novos casos de infecção por coronavírus estão se espalhado em mais de 72 países, disseminando medo e ameaçando a economia dos países, assim como todo o estilo de vida da sociedade recente. Dessa forma, tornou-se uma epidemia crescente, e atualmente já é considerada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), (WHO, 2020; Johns Hopkins, 2020; Pinotti, 2020). As manifestações clínicas podem ser assintomáticas ou sintomáticas leve, moderada e grave, com potencial de levar ao óbito.  Inúmeros estudos pesquisam fatores de risco para o desenvolvimento da forma grave da doença, entre eles encontra-se a obesidade e a doença de Graves (ESAKANDARI et al., 2020). O hipertireoidismo e hipotireoidismo são doenças crônicas causadas pela secreção aumentada ou diminuída, respectivamente, de hormônios tiroidianos. A doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo e a expressão extratireoidiana mais frequente é a orbitopatia de Graves (OG). O tratamento desta condição utiliza medicação imunossupressora, que desencadeia um potencial risco de gravidade na COVID-19 (BARTALENA et al., 2020; BOELAERT et al., 2020). Uma das possíveis consequências decorrentes do hipotireoidismo é a obesidade, que é um fator de risco para obtenção da forma grave da infecção por SARS-CoV-2 (MARAZUELA et al., 2020). Segundo relatórios publicados pelo Centers for Disease Control nos Estados Unidos, foi constatado que no período de 1 a 30 de Março de 2020, entre os pacientes adultos hospitalizados com doenças subjacentes 89,3% tinham uma ou mais complicações, isto é 49,7% decorrentes de hipertensão, 48,3% de obesidade, 34,6% de doença pulmonar crônica, 28,3% de diabetes mellitus e 27,8% de doença cardiovascular (FINER et al., 2020). Objetivo: analisar a relação do hipertireoidismo e hipotireoidismo, englobando suas complicações, assim como seu potencial de comorbidade na COVID-19. Material e Métodos: o presente trabalho trata-se de um estudo descritivo transversal, de caráter analítico, que se baseou em bancos de dados SciELO, PubMed e Google Acadêmico. Resultados: não há relação entre distúrbios da glândula tireoide com o SARS-CoV-2, pois não existe uma relação direta de causa e efeito. Entretanto, o uso de medicação imunossupressora para tratar a OG resultante do hipertireoidismo de Graves e a obesidade como complicação do hipotireoidismo, são fatores de risco para o desenvolvimento da forma grave da COVID-19. Conclusão: o hipertireoidismo e hipotireoidismo por si só não são fatores de comorbidade para a COVID-19, porém complicações decorrentes deles são fatores de risco para a forma grave da doença.

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Biografia do Autor

Ana Gabrielle Ferreira Neves, Centro Universitário CESMAC

Graduanda em Biomedicina

Caio Cesar Nicacio Caldas, Centro Universitário CESMAC

Graduando em Biomedicina

Enya Marinho Moura, Centro Universitário CESMAC

Graduanda em Biomedicina

Henrique Monteiro Costa Cassela, Centro Universitário CESMAC

Graduando em Biomedicina

Ially Graziely Silva de Lima, Centro Universitário CESMAC

Graduanda em Biomedicina

José Cláudio da Silva, Centro Universitário CESMAC e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)

Pós-doutorado em neurociência

Referências

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Publicado

2020-11-25

Como Citar

Neves, A. G. F., Caldas, C. C. N., Moura, E. M., Cassela, H. M. C., de Lima, I. G. S., & da Silva, J. C. (2020). DISTÚRBIOS DA TIREOIDE COMO COMORBIDADE PARA A COVID-19. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (8). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13648

Edição

Seção

Seminários de Temas Livres - Ciências da Saúde e Biológicas