ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E FUNCIONAL DE CRIANÇAS NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA DE UM HOSPITAL DE MACEIÓ.
Palavras-chave:
avaliação, cardiopatias congênitas, funcionalidade, pós-operatório.Resumo
Introdução: As cardiopatias congênitas são caracterizadas por anormalidades no coração e em seus vasos e na maioria dos casos as crianças precisam ser submetidas à cirurgia de correção. Sua incidência é de 8 a 10 mil nascidos vivos e no Brasil cerca de 80% necessitam de procedimentos cirúrgicos. Apesar dos avanços no cuidado desses pacientes, as sequelas cirúrgicas e questões relacionadas ao internamento em UTI pediátrica podem gerar consequências negativas em relação à funcionalidade. A avaliação da funcionalidade pode ser determinante no diagnóstico de doenças cardiovasculares, pulmonares e motoras, como também é uma importante ferramenta para predizer desfechos funcionais durante a hospitalização. Objetivo: Avaliar a funcionalidade de crianças portadoras de cardiopatias congênitas, em pós cirúrgicos, durante período de internação hospitalar. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional de caráter transversal prospectivo com amostra não probabilística por conveniência composta de indivíduos pediátricos submetidos à cirurgia cardíaca do Hospital do Coração de Alagoas durante o período de setembro a outubro de 2019. Os dados foram coletados somente após 24h de internamento em terapia intensiva em pós-operatório de cirurgia cardíaca, possuindo como primeira etapa transcrição para uma ficha de avaliação dados pessoais e antropométricos contidos nos prontuários, bem como dados clínicos pertinentes. Em seguida, foi feita caracterização da capacidade funcional por meio da Functional Status Scale (FSS) pediátrica. Resultados: Das 32 crianças avaliadas em pós-operatório cardíaco, não houve predomínio de sexo (F/M = 16/16), já em relação à faixa etária, observou-se os seguintes resultados: 46,8% de lactentes (n=15); 28,1% pré- escolares (n=9); 21,8% escolares (n=7); 3,1% adolescentes (n=1). Quando analisadas as frequências dos diagnósticos de admissão verificou-se prevalência de crianças com persistência do canal arterial (n=12; 37,5%) e comunicação interventricular (n=5; 15,6%). Quanto à avaliação funcional, através da aplicação da FSS pediátrica, verificou-se que 17 crianças permaneceram com funcionalidade adequada; 5 com disfunção leve; 7 com disfunção moderada; 2 com disfunção grave e apenas 1 com disfunção muito grave. Ao analisar a pontuação total atingida, observou-se média de 8,84 ± 4,08, onde o valor mínimo atingido foi 6 e o máximo foi 25. Conclusão: Diante do exposto, foi possível observar que a maior parte das crianças submetidas à cirurgia cardíaca estavam dentro da faixa etária de 31 dias a 2 anos e a maioria delas passaram por cirurgia corretiva de persistência do canal arterial e de comunicação interventricular. Em relação à classificação da funcionalidade segundo a FSS pediátrica, verificou-se prevalência de adequada a disfunção moderada após pelo menos 24h de pós-operatório em UTI e maior comprometimento nos domínios “respiratório”, “alimentação” e menor comprometimento no “sensorial”.
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