Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus em Pacientes Vivendo Com HIV/AIDS: Estudo Epidemiológico.

Resumo

Introdução: com a modificação da história natural da doença a partir de 1996 no Brasil, o HIV/AIDS passou a ser uma doença crônica. As comorbidades associadas a soropositividade alteram a expectativa de vida e afetam a saúde dos infectados. Objetivos: o objetivo deste estudo é mostrar a epidemiologia das comorbidades presentes nos pacientes com HIV/AIDS de um ambulatório em Maceió-AL, com foco na Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e no Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), abordando os temas através de parâmetros na literatura internacional. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo e documental, realizado em um Ambulatório de Maceió-AL, no período de julho de 2019 até fevereiro de 2020. Métodos: a coleta de dados ocorreu a partir dos prontuários físicos dos pacientes, sendo este estudo parte de um estudo epidemiológico maior. Os artigos para embasamento foram selecionados em três plataformas de dados: PubMed, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), além dos dados da Organização das Nações Unidas (ONU), United Nations Program on HIV/AIDS (UNAIDS) e Ministério da Saúde (MS). Resultados: foram analisados 65 prontuários onde houve um predomínio do sexo masculino (72,7%), com uma razão masculino/feminino de 2,61; a média de idade foi de 35,55 ± 12,5 anos com 75% dos pacientes estando abaixo dos 45 anos de idade. Sobre à escolaridade dos pacientes, três são analfabetos, um tem ensino fundamental incompleto, sete tem ensino fundamental completo, um paciente possui ensino médio e apenas um com ensino superior completo. Em relação às comorbidades mais comuns, sete pacientes apresentaram HAS (10,77%), dois DM2 (3,08%), quatro apresentaram concomitantemente HAS e DM2 (6,15%), cinco manifestaram outras comorbidades isoladas (7,7%) e 47 pacientes não apresentaram nenhuma (72,3%). Os pacientes com comorbidades possuem baixa escolaridade e baixa renda. A média de CD4+ foi de 317,2 céls/mm. Dos 13 pacientes com HAS e/ou DM2, nove descobriram a soropositividade já com o diagnóstico de AIDS, tendo todos um CD4+ de média 317,2. Quatro dos 13 pacientes apresentavam coinfecções oportunistas pelo HIV. Conclusão: a incidência e a prevalência de HAS estão subindo cada vez nas pessoas soropositivas, estudos preliminares chegaram a um consenso que o HIV e o TARV estão ligados direto (fatores fisiopatológicos) e indiretamente (TARV, fatores socioeconômicos e psíquicos) a este crescimento, estes números podem variar de 15 até 55%. O que se pode afirmar com veemência é que as pessoas portadoras do HIV estão com uma expectativa de vida cada vez maior e morrendo cada vez mais por problemas não relacionados ao HIV/AIDS, assim, conclui-se que os profissionais de saúde necessitam ter um cuidado multifatorial voltado a população soropositiva, destacando sobre a necessidade de um cuidado integrativo e monitoramento em outras doenças crônicas passíveis de adoecimento.