O SUICÍDIO COMO PATOLOGIA SOCIAL: A DECADÊNCIA DA SOCIEDADE MODERNA
Palavras-chave:
Psicanálise, Sociedade Contemporânea, Suicídio.Resumo
Introdução: Ocorreram 804.000 mortes por suicídio em 2012, o suicídio é a segunda maior causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos. Esses números devem ser ainda maiores, pois a qualidade dos dados é baixa devido a subnotificação e ao erro de classificação. Além disso, o comportamento suicida ainda é crime em alguns países. Mas mesmo em países com rede de suporte, identificação precoce e tratamento adequados, como reza a OMS, ele continua sendo um problema de saúde pública. Inclusive, a taxa de suicídios em países de alta renda é maior do que a dos de média/baixa renda, o que comprova as críticas de Marx sobre a lógica do filantropo. Alguns fatores sociais citados pelo boletim mundial de 2014 são: guerra, desastres, aculturamento, discriminação, sensação de isolamento, abuso, violência e relacionamentos conflituosos. A sociedade contemporânea tem como característica vários desses fatores de risco. Deste modo, a psicanálise intervém como um meio de escoamento para esse sofrimento. Objetivo: Investigar o suicídio como patologia social e a influência que a sociedade contemporânea exerce sobre o mesmo. Metodologia: Pesquisa quali-quantitativa e exploratória por meio de revisão sistemática de literatura e levantamento de dados oficiais. Resultados: Nesta pesquisa o suicídio é analisado como fato social, como propõe Durkheim, e dessa maneira entendido como uma das patologias do social. A partir desse entendimento se analisa o que quer dizer o suicida com seu ato e com seu discurso, o diálogo é norteado pelos comentários de Sigmund Freud e de Karl Marx sobre o suicídio e sobre as relações sociais implícitas nesse fenômeno. A sociedade contemporânea é compreendida através do conceito de pós-modernidade, pelas leituras de Bauman e Harvey. Diversas expressões desse modelo de sociedade são sondadas, evidenciando uma decadência social. Em conjunto é feita a análise dos dados disponibilizados sobre o assunto, principalmente pela OMS. Os dados sobre o suicídio de maneira geral são subnotificados e de baixa qualidade, porém apontam a gravidade da questão. A necessidade da elaboração de um plano nacional de prevenção do suicídio no Brasil é demonstrada, enquanto a taxa média mundial de suicídios cai, a taxa brasileira sobe. Países que implantaram um plano nacional tiveram os melhores resultados, nessa linha o suicídio é abordado como um problema de saúde pública. Os dados mais gritantes encontrados são as taxas de suicídio entre povos indígenas, assim eles são exemplificados como a materialização do arcabouço teórico aqui levantado. Conclusão: A influência de fatores sociais é comprovada nas taxas de populações vulneráveis, como os indígenas, onde podemos encontrar taxas até 400 vezes maiores do que as médias. Quanto aos achados práticos, a literatura cientifica é unanime em recomendar um plano nacional de prevenção ao suicídio, que ainda não existe no Brasil. O mal-estar na civilização, entendido como uma manifestação social da pulsão de morte, é inevitável, mas ele pode ser amenizado, ou até sublimado socialmente. A teorização do mal-estar na pós-modernidade é o mais próximo que chegamos na identificação das expressões dessa tendência mortífera hoje.
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