SARCOPENIA NA DOENÇA RENAL CRÔNICA: DOS FATORES DE RISCO ÀS MEDIDAS DE INTERVENÇÃO

Resumo

Introdução: A sarcopenia é caracterizada pela diminuição de massa magra, força e função muscular de caráter crônico e está relacionada de forma mais expressiva com o processo de envelhecimento. Esta condição pode ser comum em indivíduos com Doença Renal Crônica (DRC) sendo determinada pelo equilíbrio negativo entre ruptura e crescimento do músculo esquelético que é afetado pelo ambiente urêmico. Estudos demonstram que mais de 20% dos pacientes com DRC em estágio mais avançado desenvolvem esse quadro. Objetivo: Descrever os fatores de risco e as condutas nutricionais e fisioterapêuticas para a sarcopenia em indivíduos com DRC. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada em outubro de 2019. O levantamento bibliográfico contou com publicações de 2015 a 2019, nas bases de dados Scielo, Bireme e Pubmed. Sendo utilizados os seguintes descritores: doença renal crônica (chronic kidney disease) AND sarcopenia (sarcopenia). Foram selecionados artigos originais publicados na língua inglesa e portuguesa que abordavam a relação da sarcopenia com a doença renal crônica. Resultados e discussão: Para a realização desta revisão foram utilizados 6 artigos que obedeciam aos critérios de inclusão. Ao ser feita a análise observou-se que  a progressão da DRC é uma condição de risco para o desenvolvimento de sarcopenia, podendo ser causada por um complexo multifatorial que envolve ingestão alimentar insuficiente, inatividade física, aumento dos marcadores inflamatórios, acidose metabólica, estresse oxidativo, alterações hormonais e deficiência de vitamina D, podendo contribuir para o catabolismo proteico. Em relação ao manejo nutricional, observa-se que este é realizado através de aconselhamento dietético, com o objetivo de corrigir anormalidades metabólicas e nutricionais, gerenciando de maneira correta a demanda energética, monitorando regularmente o estado nutricional e funcional do paciente, devendo a oferta proteica ser individualizada uma vez a oferta insuficiente ou excessiva pode culminar em agravamento de ambos os quadros. A prática de atividades físicas é identificada como um importante determinante na melhora da qualidade de vida desses pacientes. Desse modo, a fisioterapia contribui de forma significativa através de programas de exercícios, inseridos durante o acompanhamento ambulatorial ou na realização da hemodiálise, promovendo a melhora da capacidade funcional e desempenho físico nas atividades de vida diária. Conclusão: O paciente com DRC possui diversos fatores que podem culminar em sarcopenia, sendo evidente a importância de um cuidado multidisciplinar na prevenção e tratamento desse agravo advindo de DRC. É imprescindível a individualização do plano terapêutico nutricional e fisioterápico, já havendo evidências que ambos são importantes no processo de reabilitação.