O DESAFIO DA ANESTESIA EM PACIENTES QUE FAZEM USO DE DROGAS DE ABUSO
Palavras-chave:
anestesia, resistência aos anestésicos, usuários de drogas./ anesthesia, drug users, resistance to anestheticsResumo
Introdução: Há um crescente número de pessoas que fazem uso de drogas de abuso para recreação, e esta incidência também se reflete cada vez mais na rotina cirúrgica. Tais drogas afetam a via mesolímbica da dopamina se estendendo para a área tegumentar ventral do núcleo accumbens e a região do córtex pré-frontal o que desencadeia o aumento de norepinefrina e serotonina no encéfalo, resultando em diversos efeitos sistêmicos. Dessa forma, há uma interferência direta no limiar de inibição desses indivíduos, fazendo-se necessário o aumento da dosagem do fármaco, o que pode acarretar em risco no uso de anestésicos. Objetivo: Analisar de acordo com a literatura a existência de alterações fisiológicas ocasionadas pelo uso de drogas de abuso que dificultam a realização de um bom platô anestésico. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura cujas buscas foram efetuadas a partir das bases de dados PubMED, SciELO e Bireme, durante o período de setembro e outubro de 2019. Foram utilizados como descritores: “anisthesia” e “street drugs”. Os critérios de inclusão foram: Relação título, ter sido publicado nos últimos 5 anos e abordar a temática no resumo. Resultados: Em pacientes usuários crônicos de drogas, a indução em sequência rápida é recomendável, mesmo com tempos de jejum adequados. Caso apresentem hipertensão, a utilização de vasodilatadores como a nitroglicerina, nitroprussiato de sódio, alfa bloqueadores ou, ainda, o uso de beta-bloqueadores com atividade alfa-bloqueadora associada é indicada. Anestesias regionais com elevadas doses de anestésicos locais podem cursar com convulsões e parada cardíaca. O tratamento de escolha na isquemia miocárdica inclui suplementação de oxigênio, aspirina, nitroglicerina e benzodiazepínicos. Convulsões secundárias à hipertermia possuem boa resposta ao uso de agonistas alfa. Conclusão: É cada vez mais rotineira a presença de pacientes usuários crônicos de drogas em atendimentos de emergência ou cirurgias de trauma. Não existe uma técnica ótima para anestesiar um paciente usuário crônico, havendo riscos importantes, independentemente da técnica empregada. A história e a triagem podem ajudar a identificar esses pacientes, para o desenho de um procedimento anestésico eficaz e que não ocasione maleficência e uma posterior iatrogenia. Dessa forma, o anestesiologista necessita estar ciente das alterações fisiológicas, sintomas e efeitos colaterais que podem ser desencadeados na administração de anestésicos.Downloads
Referências
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