PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ADOLESCENTES DO ESTADO DE ALAGOAS, 2016-2018.

Resumo

INTRODUÇÃO: A adolescência faz parte do ciclo da vida, caracterizando-se por intensas mudanças biopsicossociais. Nas últimas décadas as principais mudanças comportamentais foram a diminuição do nível de atividade física e o aumento do consumo de alimentos ricos em calorias, impulsionando o processo de transição nutricional. Atualmente, a obesidade caracteriza-se como um dos problemas mais sérios que a saúde pública já enfrentou, tanto no Brasil como em âmbito mundial, por sua prevalência vir aumentando significativamente nas últimas décadas, fenômeno já considerado uma pandemia. O sobrepeso e a obesidade se encontram cada vez mais presentes na população brasileira, incluindo nos adolescentes, sendo eles fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, colocando o público adolescente em risco de desenvolver-se como um adulto com comorbidades. OBJETIVO: Avaliar a prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes no estado de Alagoas. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo descritivo. Os dados foram coletados através de relatórios públicos gerados pelo SISVAN-Web, tendo como variáveis IMC por idade e o público adolescente. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel 2016, provenientes do estado de Alagoas, durante o período de 2016 a 2018. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O número de avaliados em 2016 foi de 350.121, desses 59.892 (17,11%) e 28.455 (8,13%) apresentaram sobrepeso e obesidade, respectivamente. No ano de 2017, foi observado um acréscimo, no total de 355.504 adolescentes, 61.601 (17,33%) tinham sobrepeso e 29.658 (8,34%) obesidade. A curva dessas variáveis continuou crescendo em 2018, dos 385.853 registrados, 68.649 (17,79%) apresentaram sobrepeso e 33.345 (8,64%) obesidade. De 2016 a 2018, houve o aumento de 8.757 casos de sobrepeso, apresentando uma margem de 0,68%, enquanto a obesidade apresentou o aumento de 4.890 casos, com margem de 0,51%. O aumento pode não ser significativo, mas representa o quadro de transição nutricional que o país enfrenta, no qual a cada ano os índices de sobrepeso e obesidade aumentam gradativamente, consequência das mudanças comportamentais que ocorreram nas últimas décadas, sendo necessário intervenções que diminuam a atual prevalência, como ações de educação nutricional, caracterizando-se como um dos maiores desafios atuais para a saúde pública, a fim de diminuir a probabilidade de um perfil nutricional brasileiro cada vez mais próximo de uma população obesogênica. CONCLUSÃO: Em Alagoas, os dados expressam que há o aumento gradativo de casos de sobrepeso e obesidade em adolescentes, caracterizando um público de risco para a obesidade na idade adulta, sendo necessário intervenções da saúde pública para a diminuição desses dados.