DA TECELAGEM AO DESMONTE: UMA ANÁLISE DA ARQUITETURA DO COMPLEXO FABRIL TÊXTIL DE RIO LARGO, A PRIMEIRA CIDADE INDUSTRIAL DE ALAGOAS

Autores

  • Luiz Alberto Calheiros Oliveira Júnior CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES - UNIT

Palavras-chave:

Rio Largo, Vila Operária, Industria Têxtil.

Resumo

A pesquisa foi uma continuidade da pesquisa de iniciação científica realizada entre 2017-2018, intitulada “Tecendo a Memória do Complexo Fabril Têxtil de Rio Largo: A Primeira Cidade Industrial de Alagoas”, tendo como proposta o aprofundamento das pesquisas e investigações desencadeadas pela pesquisa anterior, realizando novos levantamentos e estudos. Foi realizada uma análise da arquitetura das fábricas “Cachoeira” e “Progresso”, das principais obras de apoio como o grupo escolar, o departamento de saúde, a cooperativa, o cinema, as igrejas, o clube com cassino, bem como das várias tipologias residenciais presentes nas vilas operárias construídas pela Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos e que deram origem à primeira cidade industrial de Alagoas, atual cidade de Rio Largo e, por fim, estudou o processo de desmonte das fábricas e a saída da Companhia Alagoana do controle do antigo núcleo, buscando entender a situação atual desses espaços e o crescimento do antigo núcleo até se tornar cidade. O complexo fabril de Rio Largo foi instalado às margens do Rio Mundaú por volta de 1888 e abrigava as Fábricas “Cachoeira” (1888-1968) e “Progresso” (1892-1980), a vila operária com suas residências, o Departamento de Saúde, o Clube e Cassino, as Igrejas, escolas, creches, praças, equipamentos urbanos, acrescidos às características de um núcleo urbano. O processo de urbanização decorrente da implantação das fábricas foi iniciado pelo primeiro administrador das mesmas, o Comendador Teixeira Bastos, e sequencialmente guiada por seu genro, Gustavo Paiva, o qual foi responsável pela ampliação do complexo fabril visto a necessidade do mercado e dos indivíduos. Paiva construiu elementos de apoio a vida social e ao lazer dos operários, como exemplo o Cassino e o Restaurante. Devido a fatores econômicos nacionais e com a disseminação de pragas nas plantações de algodão, a “Fábrica Cachoeira” fechou as portas em 1968 e a “Fábrica Progresso” em 1980. A pesquisa “Tecendo a Memória” forneceu subsídios através dos cinco capítulos desenvolvidos pelos pesquisadores, onde foram abordadas as características atuais do núcleo fabril, seus acontecimentos históricos e levantamentos fotográficos, além disso a pesquisa apresenta monografia e projeto de restauro a respeito do Grupo Escolar Gustavo Paiva indicando seus potenciais e sua situação atual. Para a continuidade da temática de pesquisa foram realizados novos levantamentos bibliográficos, iconográficos e audiovisuais sobre o tema abordado, levantamento e sistematização de informações obtidas através de pesquisas em arquivos locais e em portais virtuais de periódicos de instituições científicas; e da releitura dos relatórios de pesquisas e seus resultados. Esta pesquisa desenvolveu a experiência do processo de investigação, consolidação e formulação de textos de cunho científico, bem como deixa o desejo pela manutenção e valorização desse complexo industrial tão importante para a história de Alagoas.

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Biografia do Autor

Luiz Alberto Calheiros Oliveira Júnior, CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES - UNIT

Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Tiradentes

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Oliveira Júnior, L. A. C. (2020). DA TECELAGEM AO DESMONTE: UMA ANÁLISE DA ARQUITETURA DO COMPLEXO FABRIL TÊXTIL DE RIO LARGO, A PRIMEIRA CIDADE INDUSTRIAL DE ALAGOAS. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (7). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/12222

Edição

Seção

PROBIC E PIBIC