Cirurgia bariátrica na adolescência: vale a pena?

Resumo

A cirurgia bariátrica é realizada em adolescentes desde a década de 1970 (CHILDERHOSE JE et al. 2017). Com a crescente gravidade da obesidade observada nas populações mais jovens, juntamente com os efeitos modestos da maioria das intervenções comportamentais e até farmacológicas, houve um aumento do interesse e atenção na cirurgia bariátrica em populações mais jovens (MCGINTY et al. 2015). Além dos relatórios que mostram a segurança e a eficácia da cirurgia bariátrica de adolescentes, vários pesquisadores demonstraram uma melhora significativa nos principais parâmetros fisiológicos e metabólicos (metabolismo da glicose, pressão arterial elevada, dislipidemia etc.), oferecendo diretrizes atualizadas por consenso pelas indicações de intervenção cirúrgica, bem como o desenvolvimento de cuidados multidisciplinares específicos para adolescentes (THAKKAR RK et al. 2015). Uma revisão da literatura atual foi realizada para discutir a cirurgia bariátrica e nutrição para o paciente adolescente. Estudos mostram que a maioria dos adolescentes com obesidade se torna adultos obesos, aumentando assim o risco de desenvolver condições de saúde graves e debilitantes (NOGUEIRA et al.2014). Objetivo: Avaliar o efeito da cirurgia bariátrica na adolescência. Métodos:Este trabalho foi realizado através de uma revisão de artigos científicos envolvendo a avaliação do efeito da cirurgia bariátrica. Utilizando-se da base de dados do PubMed  com os termos de pesquisa “bariatric surgery, teenager and adolescence” em outubro de 2019. Possuindo como critérios de inclusão: estudos realizados com adolescentes, publicados nos últimos 5 anos. Foram encontrados 884 artigos, dos quais foram 50 pertinentes ao objetivo deste estudo. Resultados e Conclusão: Foram avaliados nas pesquisas em adolescentes obesos submetidos à cirurgia bariátrica entre idades de 12 a 19 anos, seus efeitos em longo prazo, diminuição do IMC, a melhora de comorbidades relacionadas à obesidade e a qualidade de vida. No entanto algumas deficiências específicas, de micronutrientes se mostraram como riscos associados antes e após a cirurgia, além de fatores de o comportamento alimentar e atividade física sendo crucial para a sustentabilidade do peso perdido. Quando o IMC é <35 tratamentos menos invasivos, que comprovadamente apresentam benefícios significativos, devem ser considerados. A cirurgia bariátrica em adolescentes tem se mostrado segura e eficaz, mas é preciso acompanhamento profissional para evitar possíveis complicações nutricionais.