INFLUÊNCIA DA CLOREXIDINA NO PROCESSO DE ADESÃO DOS ADESIVOS DENTINÁRIOS À DENTINA: REVISÃO DE LITERATURA

Resumo

Introdução: a camada de microrganismos presentes na cavidade após a remoção da lesão cariosa produz toxinas capazes de danificar procedimentos adesivos, recebendo esta o nome de smear layer. Com o passar do tempo, percebeu-se que a exposição das fibrilas colágenas da dentina após técnicas de condicionamento ácido estariam vulneráveis à degradação por meio das metaloproteínases da matriz (MMPs), prejudicando assim o processo de adesão a longo prazo. MMPs são enzimas proteolíticas capazes de danificar lentamente o colágeno presente na dentina, sendo este fundamental para a formação da interface adesiva. Surge daí a aplicabilidade de agentes desinfetantes antes do processo restaurador e estudos demonstram que a clorexidina é uma inibidora das MMPs. Logo, a clorexidina é vista como coadjuvante na terapia, pois seria indicada para inibir as enzimas citadas, minimiza os fluxos de água, melhorando assim os processos de adesão. Metodologia: foi realizado um levantamento bibliográfico na base de dados US National Library of Medicine (PubMed). Os critérios de busca foram: artigos publicados nos últimos dez anos, 2009 a 2019, publicados na íntegra e em língua inglesa. Resultados e discussão: a literatura atual mostra uma variedade de resultados a respeito da inserção da clorexidina ao protocolo adesivo, onde os estudos mostram a sua ação em diferentes tipos de adesivos, como os convencionais, autocondicionantes, e, recentemente, os universais. Com a inibição das metaloproteínases pela clorexidina, sugere-se que a camada híbrida seja prolongada, havendo sucesso no procedimento. Entretanto, ainda há falta de estudos clínicos comprovando tal ação ao decorrer do tempo na prática clínica, prevalecendo na literatura atual estudos in-vitro. Conclusão: com o intuito de prolongar o processo de adesão através da estabilidade da camada híbrida, o uso de agentes desinfetantes como a clorexidina é valido para tal ato, sendo esta capaz de inibir processos desfavoráveis à adesão a longo prazo, como a inibição das MMPs, que se encontram presentes no smear layer. Contudo, apenas pesquisas laboratoriais foram realizadas, havendo a necessidade, ainda, de estudos clínicos randomizados para comprovar a sua ação.