DEPRESSÃO, ANSIEDADE E EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS NA INFÂNCIA DE PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE: UM ESTUDO COMPARATIVO
Palavras-chave:
Maus-Tratos Infantis, Mulheres privadas de liberdade, Transtornos mentais.Resumo
RESUMO:
Introdução: A mulher brasileira encarcerada vivencia uma situação totalmente diferente da do homem. Elas sofrem com a ausência dos filhos e cônjuges por possuírem maior tendência em cultivar relacionamentos familiares e de serem abandonadas pelo seu cônjuge após o encarceramento. Além destes fatores ela pode vivenciar o ciclo gravídico-puerperal dentro do cárcere, gerando intenso sofrimento e acentuando a predisposição para sofrimento psíquico (MAKKI; SANTOS, 2010). Estudos revelam que as mulheres privadas de liberdade estão mais propensas a problemas de saúde mental (MOSCHETTI et al, 2015) e de terem sofrido abusos na infância (VIITANEN et al,2011). Objetivo: Comparar a prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e experiências traumáticas na infância entre homens e mulheres privados de liberdade. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo com corte transversal. Foram entrevistados 51 homens privados de liberdade no Núcleo de Ressocialização de Alagoas no período de dezembro de 2018 a janeiro de 2019. Encontra-se em andamento a coleta de dados no Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia que teve início em maio de 2019, até o momento foram realizadas 49 entrevistas. O trabalho obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes – UNIT/AL sob nº 3.539.447. Na coleta de dados foram utilizados o Questionário Sociodemográfico, Inventários de Beck para Depressão e Ansiedade e o ISPCAN Child Abuse Screening Tools Retrospective (ICAST-R). Para análise estatística esta sendo utilizado o pacote IBM Statistical Package for the Social Sciences (S.P.S.S.). Este trabalho encontra-se inserido no Programa de Iniciação Científica do Centro Universitário Tiradentes. Resultados parciais: O público masculino possui idade média de 37,73 anos e escolaridade média de 13,17 anos de estudo, enquanto no feminino, a idade média foi de 30,40 anos e uma média de 9,12 anos de estudo. A Maioria dos homens privados de liberdade, 88,2% revelou possuir relação familiar harmoniosa; 66,7% se autodeclararam pardos e 88,2% possuem filhos, ao mesmo tempo em que, as mulheres revelaram possuir relação familiar harmoniosa 73,5%; são pardas 57,1% e possuem filhos 71,4%. Entre os homens 68,6% estavam casados e 61,2% das mulheres estavam solteiras. A maioria do público masculino 78,4% não realizou tratamento de saúde mental, em contrapartida 51,0% das mulheres entrevistadas referiu ter realizado. Tanto a maioria dos homens 66,7% como das mulheres 51,7% não fazem uso de psicofármacos. Conclusão: Por ainda encontra-se em andamento a coleta de dados no Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia a pesquisa apresenta resultados parciais. Até o momento há uma tendência da população feminina ser mais jovem e ter menos anos de estudo se comparado a masculina. Já em relação ao estado civil a maioria dos homens encontrava-se casados, enquanto a maioria das mulheres estava solteira. Houve maior prevalência de mulheres que realizaram tratamento de saúde mental que homens. Os dados parciais demonstram que as mulheres possuem fatores socioeconômicos mais desfavoráveis e maior vulnerabilidade para o comprometimento psíquico.
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Referências
MAKKI, Salma Hussein; SANTOS, Marcelo Loeblein dos. Gênero e criminalidade: Um olhar sobre a mulher encarcerada no Brasil. Revista Âmbito Jurídico, [S. l.]. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8080. Acesso em: 26 maio 2019.
MOSCHETTI, K; STADELMANN, P; WANGMO,T; HOLLY, A; BODENMANN, P; WASSERFALLEN, JB; ELGER, B; GRAVIER, B. Disease profiles of detainees in the Canton of Vaud in Switzerland: Gender and age differences in substance abuse, mental health and chronic health conditions. BMC Public Health, v. 15, p. 872, 2015. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4566300/>. Acesso em: 27 Set. 2019.
VIITANEN, P; VARTIAINEN, H; AARNIO, J; GRUENEWALDT, V; LINTONEN, T; MATTILA, A; WUOLIJOKI, T; JOUKAMAA, M. Childhood maltreatment and mental disorders among finnish prisoners. International Journal of Prisoner Health, v. 7, n. 4, p. 17–25, 2011. Disponível em: <https://www.emeraldinsight.com/doi/abs/10.1108/17449201111256871>. Acesso em: 17 set. 2018.
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