Prevalência da Desordem Temporomandibular em Pacientes Portadores de Prótese Parcial Removível

Autores

  • Janielly Gomes dos Santos Leite
  • Raphaela Lins de Lessa Cavalcanti Centro Universitário Tiradentes - UNIT/AL
  • Mariana Josué Raposo Centro Universitário Tiradentes - UNIT/AL

Palavras-chave:

Prótese Dentária, Desordem Temporomandibular, Índice.

Resumo

Mesmo com os avanços científicos e odontológicos, a dor ainda é uma realidade que afeta a qualidade de vida das pessoas, independente da faixa etária. E esta, pode estar relacionada às Desordens Temporomandibulares (DTMs), onde na maioria das vezes não é diagnosticada de forma correta. Os desdentados parciais podem utilizar Próteses Parciais Removíveis (PPRs), nas quais devem ser confeccionadas de maneira minuciosa e correta, seguindo os critérios que devem ser obedecidos tanto na sua confecção, como em função, para evitar danos à mucosa oral, aos tecidos de sustentação e aos músculos e articulações que fazem parte do Sistema Estomatognático (SE). Por este motivo, o objetivo desse trabalho foi realizar uma pesquisa, onde seriam avaliados os princípios biomecânicos da prótese, a oclusão do paciente e, através do índice de Fonseca para diagnóstido de DTM, avaliar a presença ou não de desordens, para então poder observar a relação da condição das PPRs e as DTMs. Foi realizado um estudo na Clínica de Odontologia da UNIT – AL, com 70 pacientes usuários de PPR, incluindo todas as faixas etárias e gêneros. Foram excluídos os pacientes que usavam prótese fixa unitária, prótese total fixa ou removível, pacientes que não usavam nenhum tipo de prótese e ainda aqueles que usavam PPR, mas estavam sem a peça no momento. Foi passado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), realizada uma breve anamnese, e um exame clínico extra-oral, onde foram avaliados os trespasses horizontais e verticais dos pacientes e a dimensão vertical de oclusão (DVO), com o auxílio do compasso de Willis, régua milimetrada e marcador. Um breve exame clínico intra-oral para avaliar a presença de interferências oclusais, além da análise da PPR, onde foram avaliados seus principios biomecânicos. Por fim, foi aplicado o Índice Anamnésico de Fonseca, para diagnóstico dos sinais e sintomas de DTM. Após a aplicação dos questionários, e o término da coleta de dados, foi feita a análise estatística dos dados obtidos,realizada com o software IBM SPSS STATISTICS, pelo método ANOVA e post hoc de Tuskey, com p=0,05 como significância e modelagem de dados no Excel. Através do estudo, foi possível observar que há relação direta das próteses insatisfatórias com o desenvolvimento de DTM, independente do grau da doença. Pacientes com prótese parcial removível insatisfatória apresentaram 67,1% de alteração da DVO, 15,7% de mordida cruzada posterior, 38,6% de alteração no trespasse horizontal, 8,6% no trespasse vertical e 70,0% de interferências oclusais. Há controvérsias na literatura a respeito da relação entre DTM e PPR, porém, através das análises realizadas, foi observado correlação entre próteses parciais removíveis mal adaptadas, perda da dimensão vertical e alteração do trespasse horizontal, e um maior índice de DTM, uma vez que a prótese mal adaptada associada a outros fatores é um fator agravante da doença.

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Biografia do Autor

Janielly Gomes dos Santos Leite

Odontologia

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Gomes dos Santos Leite, J., Lins de Lessa Cavalcanti, R., & Josué Raposo, M. (2020). Prevalência da Desordem Temporomandibular em Pacientes Portadores de Prótese Parcial Removível. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (7). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11996

Edição

Seção

PROBIC E PIBIC