PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTOXICAÇÕES EXÓGENAS AUTOPROVOCADAS NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Autores

  • Letícia de Albuquerque Jatobá
  • EDUARDA DOS SANTOS RIBEIRO DOS SANTOS RIBEIRO
  • ELIANARA KELLY VIEIRA DA SILVA
  • WANNESKA NOGUEIRA ANDRADE
  • LAYS NOGUEIRA MIRANDA

Palavras-chave:

Intoxicação exógena, Profissionais de enfermagem, Suicídio.

Resumo

Introdução: Intoxicação exógena autoprovocada é um tipo de violência causada intencionalmente em que a pessoa inflige a si mesmo, como envenenamento tratado na tentativa de suicídio. A enfermagem é uma das categorias mais acometida pelas lesões autoprovocadas, devido ao estresse, baixa remuneração, carga horária excessiva, fatores relacionais, trabalho noturno, atuação em Unidade de Terapia Intensiva e quadro de funcionários reduzidos. Fatores esses que interferem diretamente na qualidade de vida do profissional, modificando a percepção de si mesmo, passando a enxergar suas problemáticas como grandes catástrofes. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de tentativa de suicídio por intoxicação exógena entre os profissionais da equipe de enfermagem. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo realizado por meio de consulta ao banco de dados da Secretaria do Estado de Alagoas, oriundos das notificações de intoxicação exógena registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, realizadas no período de janeiro de 2009 a junho de 2019. Resultados e discussões: Constatou-se que, dentre os profissionais, o técnico de enfermagem foi o mais afetado (60%), seguido por enfermeiro (33,3%) e auxiliar de enfermagem (6,7%). A via de contaminação prevalente foi a digestiva (100%) e a tentativa de suicídio apresentou-se como a circunstância de exposição em destaque (100%). Em relação ao sexo, foi observado que o feminino esteve em maior evidência (93,3%). A classe farmacológica mais relevante foi dos benzodiazepínicos (46,7%). Quanto a faixa etária, 21 a 29 anos apresentou domínio (46,7%), seguido por 33 a 38 anos (26,7%) e 41 a 47 (26,7%). No que se refere a condição de internação hospitalar, a maioria não foi hospitalizada (53,3%) e a segunda parte precisou de internação (46,7%). Acerca da situação no mercado de trabalho, prevaleceu o de carteira assinada (26,7%), seguido por desempregado (13,3%), servidor público (13,3%), empregado não registrado (6,7%), autônomo (6,7%), não específica, outros ou ignorado (33,3%). Além disso, em relação à evolução de caso predominou a cura sem sequela (93,3%) e 7,7% dos casos evoluíram à óbito. A tentativa de suicídio tem forte ligação com os profissionais de enfermagem devido à imposição diária a situações de estresse, carga horária excessiva, diminuição da qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho, entre outros fatores. Ademais, essa categoria possui conhecimento acerca dos medicamentos e seus efeitos colaterais, bem como a reação clínica em caso de superdose, facilitando a utilização de fármacos específicos para esse fim. Conclusão: Portanto, conclui-se que os índices de tentativa de suicídio por intoxicação exógena possui total relevância, o que serve de alerta para a equipe de enfermagem como também para os gestores dos serviços de saúde para elaboração de intervenções preventivas de suicídio para essa categoria, como por exemplo, a melhoria das condições de trabalho.

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Publicado

2020-08-11

Como Citar

Jatobá, L. de A., DOS SANTOS RIBEIRO, E. D. S. R., DA SILVA, E. K. V., ANDRADE, W. N., & MIRANDA, L. N. (2020). PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTOXICAÇÕES EXÓGENAS AUTOPROVOCADAS NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (7). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11972

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas