Relação entre Qualidade de Sono e Transtorno de Ansiedade em Alunos de Medicina de um Centro Universitário Privado de Maceió/AL

Resumo

RESUMO: Ao ingressar no ensino superior os alunos podem passar por alterações na qualidade de sono, como consequência das demandas acadêmicas advindas da carga curricular, atividades e estresse diário. Ocasionando mudanças na sincronização do ciclo sono-vigília, resultando a curto e longo prazo prejuízos psicológicos, físicos, sociais e profissionais. Diante da problemática o objetivo da pesquisa foi investigar a relação entre a qualidade de sono e transtorno de ansiedade em universitários do curso de Medicina. Foi aplicado nos alunos do primeiro ao nono período de uma Instituição de Ensino Superior – IES de Maceió/AL, todos maiores de idade, o inventário de ansiedade de Beck (BAI) e o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg (PSQI – BR). Foram apresentados a todos os alunos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. Os mesmos foram selecionados por meio da utilização da técnica de amostragem não probabilística do tipo intencional por conveniência. A partir da avaliação do escore geral do PSQI-BR foi possível verificar que 7,5% (n=18) dos universitários possuíam boa qualidade de sono; 69,3% (n=167) foram classificados com má qualidade de sono e 23,2% (n=56) indicaram presença de algum distúrbio do sono. Como objetivo de verificar se existe relação entre sexo e transtorno de ansiedade, foi realizado o teste de correlação de Pearson, o qual não mostrou correlação direta e estatisticamente significativa entre as duas variáveis (r_p= -0,260; α=<0,05), apontando que o transtorno de ansiedade se desenvolve em ambos os sexos. No entanto, os maiores resultados quanto a ansiedade foram apresentados pelo sexo feminino, o que possibilitou a discussão de duas questões, se o sexo feminino seria mais vulnerável a situações estressoras ou possuem maior facilidade em observar e relatar seus sentimentos/emoções em relação ao sexo masculino. Conclui-se a que o estudo demonstrou sua relevância diante da falta de conhecimento por parte dos alunos acerca da qualidade de sono e como ela pode influenciar o desenvolvimento de outros transtornos. Além disso, é necessário repensar sobre esse modelo de ensino exaustivo no curso de Medicina, tendo em vista as consequências para a saúde dos futuros profissionais que estão em processo de formação.