AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS COM A SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ-AL

Autores

  • Isabela Moreira Pio Centro Universitário Tiradentes

Palavras-chave:

Cárie Dentária, Infecção por Zika Vírus, Saúde Bucal

Resumo

Introdução: A Síndrome Congênita do Zika (SCZ) é uma infecção congênita que, além da microcefalia, pode acarretar anormalidades cerebrais, oculares, auditivas e musculoesqueléticas em recém-nascidos oriundos de gestantes infectadas pelo vírus Zika. Do ponto de vista odontológico, devido ao caráter recente do agravo, ainda são escassas as informações acerca dos possíveis comprometimentos bucais. Entretanto, estima-se que os indivíduos afetados apresentem maior risco à cárie dentária, gengivite, periodontite, micrognatia, atraso na erupção dentária, má-oclusão e bruxismo. Considerando que a cárie dentária é uma doença bucal de caráter multifatorial que pode ser prevenida e que seu tratamento pode ser uma opção desafiadora e onerosa, torna-se importante conhecer o comportamento da doença nessa população específica para que sejam instituídas medidas preventivas precoces. Objetivo: Avaliar a experiência de cárie dentária em crianças diagnosticadas com SCZ. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e documental. A amostra inicial foi composta por todos os prontuários odontológicos dos pacientes com SCZ assistidos por uma Unidade Básica de Saúde de Maceió-AL, sem distinção de gênero ou raça e com a dentição decídua completa. Foram excluídos os documentos com informações incompletas, rasurados e/ou rasgados. A coleta dos dados foi realizada por um pesquisador previamente treinado e calibrado, o qual coletou informações como: idade, sexo e índice ceo-d (número de dentes decíduos cariados, com extração indicada ou restauradas). Os dados foram tabulados e analisados por meio da estatística descritiva. Resultados e Discussão: Após análise dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 25 prontuários odontológicos de crianças diagnosticadas com a SCZ. Destas, 12 eram do sexo feminino e 13 do sexo masculino, com idade média de 3 anos e 2 meses. O índice ceo-d da amostra foi 1,6 sendo que apenas sete crianças (28%) apresentaram experiência de cárie dentária. Estes dados já ressaltam a necessidade de implementação de políticas públicas voltadas à prevenção dos agravos orofaciais nesta população específica e com maior vulnerabilidade, visto que o tratamento odontológico curativo tende a ser mais desgastante tanto para os pacientes quanto para o cirurgião dentista. Conclusão: Considerando as limitações do estudo, nossos resultados tendem a refutar a premissa de que crianças com SCZ poderiam apresentar um maior risco de desenvolvimento de cárie dentária. Além de ressaltar a necessidade da implementação de políticas públicas voltadas à prevenção dos agravos orofaciais nesta população específica, visto que o tratamento odontológico desses pacientes tende a ser mais cansativo tanto para eles como para o cirurgião dentista.

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Moreira Pio, I. (2020). AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS COM A SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ-AL. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (7). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11919

Edição

Seção

PROBIC E PIBIC