Correlação da Injúria Renal Aguda com evolução em unidade de terapia intensiva.
Palavras-chave:
Epidemiologia, Lesão Renal Aguda, Terapia IntensivaResumo
Introdução: A injúria renal aguda (IRA) é definida, de acordo com o Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO), como uma diminuição abrupta da função renal e que tem como consequência um rápido declínio da taxa de filtração glomerular, podendo resultar em acúmulo de metabólitos nitrogenados e distúrbios hidroeletrolíticos. A etiologia da IRA pode ser multifatorial, coexistindo variados fatores que podem dificultar o reconhecimento da doença, tendo como consequência o atraso na execução de condutas adequadas a fim de minimizar os possíveis danos renais. Esta condição pode, ainda, ser classificada quanto a sua etiologia em IRA pré-renal, a qual decorre de alteração no fluxo sanguíneo renal como hipovolemia ou desidratação; renal ou intrínseca, quando ocorre lesão do parênquima renal, tendo como principal causa a necrose tubular aguda; e pós-renal, por sua vez, secundária a obstrução renal ou extrarrenal. Objetivo: Avaliar a incidência de IRA em pacientes hospitalizados, sob cuidados da terapia intensiva em unidade de atendimento geral e coronariana. Terá como variáveis primárias: valor de creatinina e débito urinário (que caracterizam a instalação de insuficiência renal aguda); e variáveis secundárias: comorbidades, idade, sexo, tempo de diagnóstico, manejo e desfecho. Ao final, busca-se correlacionar tais elementos com a evolução e desfecho dos pacientes. Metodologia: Trata-se de estudo observacional transversal, descritivo e retrospectivo, com abordagem quantitativa através da análise de dados. Resultados e Discussão: Estudos mostram que a IRA muitas vezes é diagnosticada tardiamente e que a gravidade inicial é subestimada, o que atrasa o início do tratamento. Sendo assim, evidencia-se a importância do diagnóstico precoce e consequentemente a instituição rápida de tratamento a fim de reduzir as consequências renais, que podem ser fatais. Os dados obtidos serão avaliados a partir dos critérios de KDIGO para diagnóstico de IRA - aumento de 0,3mg/dL na creatinina sérica basal dentro de 48h; ou aumento de 1,5 vezes na creatinina sérica basal (se conhecida ou que se presume ser aquela dos últimos sete dias); ou redução do débito urinário para menos que 0,5 mL/Kg durante 6 horas - e, em seguida, correlacionados à fatores de risco para o desenvolvimento desta condição, desfecho e taxa de mortalidade. Ainda, proporciona-se a elaboração de um perfil epidemiológico, descrevendo a porcentagem de pacientes sob regime de cuidados intensivos que desenvolveram IRA no período analisado, e especificações quanto à outras variáveis como sexo, idade, desfecho, necessidade de diálise e mortalidade. Conclusão: A IRA é uma doença de alta prevalência e que pode ter desfechos desfavoráveis se não precocemente diagnosticada e tratada. Desse modo, o estudo pode gerar grande impacto na prevenção da condição e diagnóstico precoce, contribuindo para melhoria dos indicadores de saúde no Brasil.Downloads
Referências
PERES, L. A. B, WANDEUR, V., MATSUO, T. Predictors of acute kidney injury and mortality in an Intensive Care Unit. Jornal Brasileiro de Nefrologia. 2015;37(1):38-46
GAIÃO, S. M. PAIVA, J. A. O. C. Biomarkers of renal recovery after acute kidney injury. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2017;29(3):373-381.
LI, P. K. T., BURDMANN, E. A., MEHTA, R. L. Acute Kidney Injury: a global alert. Jornal Brasileiro de Nefrologia. 2013;35(1):1-5
PONCE, D et al. Acute kidney injury in intensive care unit patients: A prospective study on incidence, risk factors and mortality. Revista Brasileira de Terapia Intensiva.
KIRSZTAJN, G. M. et al. Leitura rápida do KDIGO 2012: Diretrizes para avaliação e manuseio da doença renal crônica na prática clínica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 2014;36(1):63-73.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Semana de Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes - SEMPESq - Alagoas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico contribui para a democratização do saber. Assume-se que, ao submeter os originais os autores cedem os direitos de publicação para a Sempesq. O autor(a) reconhece esta como detentor(a) do direito autoral e ele autoriza seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído e impresso, desde quando citada a fonte.