Análise da situação epidemiológica da Sífilis no Brasil entre 2010 e 2017
Resumo
Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. A título de notificação compulsória classifica-se, pelo Ministério da Saúde (MS), em: sífilis adquirida, sífilis congênita (SC) e sífilis gestacional, sendo a SC de maior destaque para a saúde pública devido à alta frequência com que produz desfechos graves para a gestação e para a criança. No entanto, para prevenção da mesma faz-se necessário o rastreio precoce da sífilis adquirida e/ou gestacional. Objetivo: Tendo em vista os desafios frente ao controle epidemiológico da Sífilis, este estudo objetiva apresentar a incidência de casos no período de 2010-2017 no Brasil. Metodologia: O suporte metodológico desse estudo utilizou o desenho exploratório, descritivo, de cunho documental e retrospectivo sobre a caracterização epidemiológica da sífilis. Os dados utilizados foram fornecidos pelas notificações dos casos de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita obtidas por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e os registros de óbitos perinatais relacionados à sífilis congênita obtidos por meio do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Resultados: A sífilis adquirida, que teve sua notificação compulsória implantada em 2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 2,0 casos por 100 mil habitantes em 2010 para 42,5 casos por 100 mil habitantes em 2016. Nota-se a tendência de aumento nas notificações para sífilis adquirida, sendo necessário levar em conta a maior disponibilidade de diagnóstico e não necessariamente o aumento do número de casos da doença. Em comparação com o ano de 2015, observou-se um aumento de 14,7% na taxa de detecção em gestantes, acompanhado do aumento de 4,7% na incidência de sífilis congênita e do aumento de 26,8% na incidência de sífilis adquirida. No período de 2010 a junho de 2017, foram notificados no Sinan um total de 342.531 casos de sífilis adquirida, dos quais 59,2% ocorreram na Região Sudeste, 21,2% no Sul, 10,4% no Nordeste, 5,3% no Centro-Oeste e 3,9% no Norte. Ressalte-se que o uso destas informações deve ser feito com cautela, em decorrência da recente implementação da notificação do agravo, e os comportamentos observados podem não refletir a situação real da sífilis adquirida no país. Entre 2015 e 2016, o crescimento do número absoluto de casos foi de 27,8% no país, 81,2% na Região Norte, 51,7% no Nordeste, 45,87% no Centro-Oeste, 22,9% no Sul e 21,2% no Sudeste. Conclusão: Considerando a existência de testes diagnósticos sensíveis, tratamento eficaz e baixo custo, a sífilis é uma doença sexualmente transmissível que pode ser facilmente controlada. Assim sendo, o controle epidemiológico da Sífilis constitui um dos maiores desafios atuais da saúde pública no país e no mundo.Downloads
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Publicado
2020-08-10
Como Citar
Soares Baracho Ramos, M., Soares Mendes Lima, T., Romeiro dos Santos, N., & Terto Lins, M. A. (2020). Análise da situação epidemiológica da Sífilis no Brasil entre 2010 e 2017. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11165
Edição
Seção
Ciências da Saúde e Biológicas
Licença
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