INFLUENCIA DE PSICOPATOLOGIAS NO DECLÍNIO COGNITIVO E MEMÓRIA EPISÓDICA DE PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON.

Autores

  • Iago Moura Aguiar
  • Cicero Felipe Paes de Araújo Costa Centro Universitário Tiradentes
  • André Fernando de Oliveira Fermoseli Centro Universitário Tiradentes
  • Cicera Lourenco Pontes Fon De Jesus Hospital Universitário Professor ALberto Antunes
  • Madson Alan Maximiano-Barreto Universidade Federal de São Carlos
  • Theresa Cristina de Albuquerque Siqueira Centro Universitário Tiradentes

Palavras-chave:

Doença de Parkinson, Depressão, Idosos

Resumo

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) será, segundo estimativas, a segunda comorbidade de maior prevalência no mundo em 20 anos. A DP é uma afecção do sistema nervoso central que se expressa de forma crônica e progressiva. Ela tem etiologia idiopática, sendo a associação de fatores genéticos e ambientais, sendo que estes podem ser moldados, para reduzir progressão e incidência, os fatores relacionados. A DP tem como fisiologia o envolvimento e degeneração de neurônios localizados na via dopaminérgica nigroestriatal. Apresenta-se, clinicamente, com sintomatologia motora e não motora. Esta é exemplificada por distúrbios do sono, incontinência urinária e depressão, que pode até gerar prejuízos da memória episódica, com o seu avançar; já aqueles são ilustrados por bradicinesia, tremores em repouso e instabilidade postural. Objetivo: Comparar o prejuízo da memória episódica e cognitivo em pacientes DP com e sem depressão. Método: Tratou-se de um estudo transversal, realizado no ambulatório de movimento no Hospital Universitário Alberto Antunes ( HUPAA) de Maceió-AL. Participaram deste estudo 46 pacientes, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos. Os instrumentos utilizados para a pesquisa foram, questionário sociodemográfico estruturado desenvolvido pelos pesquisadores para caracterização dos pacientes (idade, sexo, etnia, escolaridade e outros), a Escala de Depressão Geriátrica, versão reduzida (GDS-15), o Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey (RAVLT) e a Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA). Resultados: Os participantes da pesquisa tinham idade compreendida entre 34-78 anos (X̅ = 60,39; DP= 8,77). Houve prevalência do sexo masculino, com 65,2% dos entrevistados e maior predileção para a baixa escolaridade, (X̅ =6,45; DP= 5,02). De acordo com a GDS, 63% dos pacientes tiveram rastreio para Depressão positiva, sendo que 50% destes apresentaram depressão em nível leve e 15,25% com depressão em nível grave. Sobre a relação da depressão e o prejuízo da memória episódica medido pelo teste RAVLT, apresentou-se um resultado estatisticamente significativo (p=0,043) e (p=0,042) no MoCA. Já em relação ao declínio cognitivo, houve diferença significava entre os grupos no escore total da MoCA (p=0,042). Diante dos domínios que compõem esse mesmo instrumento, obteve-se relação estatisticamente significativa nos domínios função executiva (p=0,016) e abstração (p=0,031). Conclusão: De acordo com os dados supracitados, identifica-se maior incidência de DP em pacientes do sexo masculino e com baixa escolaridade. Sobre a depressão nestes, há uma relação direta com prejuízos cognitivos, nos domínios de funções executiva e de abstração.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, L. G. R.; FARO, A. Levantamento e principais achados de estudos nacionais sobre a depressão - uma revisão sistemática de literatura. Revista Interdisciplinar de Pesquisa e Inovação, São Cristóvão, v. 2, n. 1, p.1-16, 2016.

ALMEIDA, O. P.; ALMEIDA, S. A. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr, v. 57, n. 2B, 1999. p. 421-6.

ALMEIDA, V. A. et al. A Feminização da Velhice: em foco as características socioeconômicas, pessoais e familiares das idosas e o risco social. Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 14, n. 1, p. 115-131, 2015.

BASSEY, B. A.; IRUOJE, John. Test anxiety, attitude to schooling, parental influence, and peer pressure as predictors of students cheating tendencies in examination in Edo state, Nigeria. Global Journal of Social Sciences, v. 15, n. 1, p. 39-46, 2016.

BEEKMAN, A. T.F. Anxiety Disorders in Old Age: Psychiatric Comorbidities, Quality of Life and Prevalence According to Age, Gender and Country. Elsevier, v. 26, n. 2, p. 186-187, 2017.

BRAAM, A. W. et al. Depression, subthreshold depression and comorbid anxiety symptoms in older Europeans: results from the EURODEP concerted action. Journal of affective disorders, v. 155, p. 266-272, 2014.

BRAGA, I. B.; SANTANA, R. C.; FERREIRA, D. M. G. Depressão no idoso. Id on Line REVISTA DE PSICOLOGIA, v. 9, n. 26, p. 142-151, 2015.

CABRAL, B. E. Família e idosos no Nordeste Brasileiro. Caderno CRH, v. 11, n. 29, 2006.

CAMARANO, A. A. Mulher idosa: suporte familiar ou agente de mudança?. Estudos avançados, v. 17, n. 49, p. 35-63, 2003

COURTIN, E.; KNAPP, M. Social isolation, loneliness and health in old age: a scoping review. Health & social care in the community, v. 25, n. 3, p. 799-812, 2017.

CROEZEN, S. et al. Social participation and depression in old age: a fixed-effects analysis in 10 European countries. American journal of epidemiology, v. 182, n. 2, p. 168-176, 2015.

DIAS, R. M. R.; GURJÃO, A. L. D.; MARUCCI, M. F. N. Benefícios do treinamento com pesos para aptidão física de idosos. Acta fisiátrica, v. 13, n. 2, 2016, p. 90-95.

FIEDLER, M. M.; PERES, Karen Glazer. Capacidade funcional e fatores associados em idosos do Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, p. 409-415, 2008.

FRANCESCO, M. et al. What Characterizes Depression in Old Age? Results from the Bruneck Study. Pharmacopsychiatry, v. 51, n. 04, p. 153-160, 2018.

GÜNTHER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 22, n. 2, p. 201-210, 2006.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeções da população: Brasil e Unidades da Federação. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2014.

KAYSER, B. et al. Influência da dor crônica na capacidade funcional do idoso. Revista dor, São Paulo, v.15 n. 1, 2014; p.48-50

KWOK, M. K.; LEUNG, G. M.; SCHOOLING, C. Mary. Habitual coffee consumption and risk of type 2 diabetes, ischemic heart disease, depression and Alzheimer’s disease: a Mendelian randomization study. Scientific reports, v. 6, n. 36500, p. 1-9, 2016.

LIPPERT, A. K. et al. AVALIAÇÃO DE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E NÍVEL COGNITIVO EM IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SANTA CATARINA. Inova Saúde, v. 6, n. 2, p. 35-49, 2018.

MACEDO, B. G. et al. Parâmetros clínicos para identificar o medo de cair em idosos. Fisioterapia em Movimento, v. 18, n. 3, 2017, p. 65-70.

MACHADO, M. B. et al. Prevalência de transtornos ansiosos e algumas comorbidades em idosos: um estudo de base populacional. J Bras Psiquiatr, v. 65, n. 1, 2016, p. 28-35.

MARTINY, C. et al. Translation and cross-cultural adaptation of the Brazilian version of the Geriatric Anxiety Inventory (GAI). Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 38, n. 1, 2011. p. 08-12.

MIRANDA, G. M. D.; MENDES, A. C. G.; SILVA, A. L. A. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, n. 3, 2016, p. 507-519.

MIRZA, S. S. et al. 10-year trajectories of depressive symptoms and risk of dementia: a population-based study. The Lancet Psychiatry, v. 3, n. 7, p. 628-635, 2016.

MOREIRA, M. M. O envelhecimento da população brasileira: intensidade, feminização e dependência. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 15, n. 1, p. 79-94, 2014.

OLIVEIRA, D. V.; ANTUNES, M. D.; OLIVEIRA, J. Ansiedade e sua relação com a qualidade de vida em idosos: revisão narrativa. Cinergis, v. 18, n. 4, 2017, p. 316-322.

PACHANA, N. A. et al. Development and validation of the Geriatric Anxiety Inventory. International psychogeriatrics, v. 19, n. 1, 2007. p. 103-114.

PACHECO, R.O.; SANTOS, S. S. C. Avaliação global de idosos em unidades de PSF. Textos sobre Envelhecimento, v. 7, n. 2, 2004, p. 45-61.

PARADELA, E. M. P.; LOURENÇO, R. A.; VERAS, R. P. Validação da escala de depressão geriátrica em um ambulatório geral. Revista de saúde pública, v. 39, p. 918-923, 2005.

QUADROS, L. B. et al. Prevalência de incontinência urinária entre idosos institucionalizados e sua relação com o estado mental, independência funcional e comorbidades associadas. Acta Fisiátrica, v. 22, n. 3, 2016, p. 130-134.

ROCHA, S. V. Condição de saúde auto-referida e autonomia funcional entre idosos do nordeste do Brasil. Revista de APS, v. 13, n. 2, 2010, p. 170-174.

RODRIGUES, P. F. C., Ansiedade, autoestima e qualidade de vida: estudo comparativo em idosos praticantes e não praticantes de atividade física. 2015. 70f. Dissertação de Mestrado - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, 2015.

SALGADO, C. D. S. Mulher idosa: a feminização da velhice. Estudos interdisciplinares sobre o envelhecimento, v. 4, 2002, p. 7-19.

TANAKA, A. F. D.; SCHEICHER, M. E. Relação entre depressão e desequilíbrio postural em idosos que sofreram acidente vascular encefálico. Fisioterapia em Movimento, v. 26, n. 2, 2017, p.315-320.

TANI, Y. et al. Childhood socioeconomic status and onset of depression among Japanese older adults: the JAGES prospective cohort study. The American Journal of Geriatric Psychiatry, v. 24, n. 9, p. 717-726, 2016.

YESAVAGE, J. A. et al. Development and validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. Journal of psychiatric research, v. 17, n. 1, 1982. p. 37-49.

Downloads

Publicado

2020-08-10

Como Citar

Aguiar, I. M., Costa, C. F. P. de A., Fermoseli, A. F. de O., De Jesus, C. L. P. F., Maximiano-Barreto, M. A., & Siqueira, T. C. de A. (2020). INFLUENCIA DE PSICOPATOLOGIAS NO DECLÍNIO COGNITIVO E MEMÓRIA EPISÓDICA DE PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11164

Edição

Seção

PROBIC E PIBIC