RELATO DE CASO: DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL E A IMPORTÂNCIA DO SEU DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE

Resumo

INTRODUÇÃO: A luxação congênita do quadril (LCQ) é uma patologia que altera a conformação óssea do acetábulo ou do fêmur, pertencendo a um grupo de doenças identificadas como displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ). Compõe esse grupo variáveis graus de luxação, sub-luxação e instabilidade articular, de modo que o tempo de luxação altera diretamente o prognóstico e o tempo de tratamento, que deve ser instituído assim que o diagnóstico é realizado. O diagnóstico é feito através do exame físico e de imagem, com destaque para as manobras de Barlow e Ortolani que tem como objetivo avaliar as DDQ nos recém-nascidos. Ambos os testes têm sinergia de aplicabilidade, de modo que o sinal de Barlow provoca a luxação e Ortolani reduz a articulação. O uso do Suspensório de Pavlik é o principal tratamento para os neonatos com a alteração discutida e é indicado para aqueles com quadris redutíveis e com até 6 meses de idade, mantendo os quadris fletidos e limitando a adução. Dentro de duas semanas o quadril deve estar reduzido com confirmação ultrassonográfica, caso contrário, deverá ser instituído outro método de tratamento. O suspensório deve ser mantido por no mínimo 3 meses, sendo retirado progressivamente a partir de melhoras na avaliação clínica, que deve ser minimamente quinzenal. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de displasia congênita do quadril, evidenciado o método diagnóstico nos recém-nascidos e o tratamento com o suspensório de Pavlik nas primeiras semanas de vida. METODOLOGIA: Realizou-se avaliação clínica da paciente e a partir do diagnóstico de DDQ foi estabelecida a conduta e avaliações posteriores. Além disso, houve uma revisão de literatura acerca do tema relatado. RESULTADOS: paciente do sexo feminino, nascida com 39 semanas, 2992g e 49cm recebeu o diagnóstico de Luxação do quadril, após o nascimento, no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes na cidade de Maceió. Para isso foi observado positividade do teste de Ortolani. O acompanhamento da paciente foi feito no Hospital do Açúcar com um especialista apropriado. Optou-se pelo uso do Suspensório de Pavilik, método mais utilizado para correção dessa alteração em neonatos, visando redução e manutenção da cabeça femoral no acetábulo até estabilização da articulação. Diante do quadro clínico e concordando com Guarneiro (2010), após a redução e estabilização, foi orientado o retorno semanal para avaliação ambulatorial, sabendo que a não resposta a conduta inicial pode demandar outras medidas terapêuticas. Com 29 dias a paciente foi reavaliada e já demonstrava progressão na avaliação clínica. A avaliação ultrassonográfica é orientada até o 6º mês seguida por radiografia levando em conta o avanço do processo de ossificação. CONCLUSÃO: A importância do exame físico do quadril em recém-nascidos e do tratamento precoce da DDQ torna-se evidente, visto que a maioria dos casos são resolvidos sem a necessidade de correções cirúrgicas, possibilitando a reabilitação funcional com baixos custos e com aproximadamente 96% de bons resultados. Ademais, é importante enfatizar a necessidade de qualificação profissional para identificar a DDQ e da avaliação ambulatorial frequente dos pacientes acometidos.