AVALIAÇÃO DO ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL E SUA RELAÇÃO COM FATORES DE RISCOS CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO ASSINTOMÁTICA.
Palavras-chave:
Doenças Vasculares Periféricas, Índice Tornozelo-Braço, Pressão Arterial.Resumo
Introdução: As doenças cardiovasculares são consideradas um grande problema de saúde pública, pois são as principais causas de morte em todo o mundo, em especial nas populações dos grandes centros urbanos. As descompensações apresentadas pelo sistema vascular refletem mudanças e adaptações orgânico-funcionais que interferem nas capacidades físicas e comportamentais dos indivíduos de forma assintomática e silenciosa. Neste contexto, o Índice tornozelo-braquial (ITB) é uma importante ferramenta no diagnóstico e prognóstico da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), sendo um método de fácil aplicabilidade, validado cientificamente e que pode ser utilizado em diferentes populações. A DAOP é forte marcador de doenças cardiovasculares, havendo associação entre a DAOP e outras manifestações ateroscleróticas, entre elas a doença arterial coronariana (DAC). O ITB representa a razão entre as pressões arteriais sistólicas do tornozelo e do braço, é um método simples, não invasivo, de baixo custo e de grande confiabilidade. Por volta da década de 1960 ele foi agregado ao Doppler Vascular e até hoje é considerada padrão de referência para diagnóstico de DAOP, assim como no auxílio na determinação do prognóstico em pacientes com doenças cardiovasculares. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o ITB e suas possíveis associações aos marcadores antropométricos de obesidade e dados hemodinâmicos em uma população assintomática. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo do tipo descritivo, transversal e contemporâneo. Foram avaliados 81 indivíduos de ambos os sexos, sem doenças cardiovasculares conhecidas, aparentemente saudáveis e na faixa etária de 25 – 45 anos. Realizou-se as seguintes medições: circunferência do pescoço, circunferência abdominal, circunferência da cintura e circunferência do quadril. Através desses dados foi realizado o cálculo da relação cintura-quadril. A avaliação do ITB foi por método oscilométrico, onde foi verificada as pressões das artérias braquiais e tibiais de forma bilateral. Para efeito do cálculo do ITB, usou-se a divisão entre a maior pressão obtida na aferição das artérias tibiais, pela maior pressão obtida na aferição das artérias braquiais. Resultados: As médias para os valores de ITB apresentados foram considerados normais, utilizando-se dos valores de referências adotados pelas principais literaturas atuais. Isso confirma que os participantes da pesquisa apresentam um baixo risco para o desenvolvimento da DAOP, e, consequentemente, menor probabilidade de serem acometidos por eventos cardiovasculares agudos. Durante a avaliação percebeu-se uma correlação direta entre os maiores valores do ITB com maiores valores da medida da cintura e da razão cintura/quadril. Tal fato indica que os indivíduos obesos apresentam maiores chances de sofrer futuros prejuízos vasculares, comprovando os achados das referências utilizadas. Para os demais valores antropométricos não houve nenhuma correlação significativa. Conclusão: Compreende-se, portanto, que o ITB pode ser um potencial marcador precoce de avaliação do risco cardiovascular e que tal ferramenta pode ser tornar ainda mais importante quando utilizada numa população assintomática que apresenta um ou mais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.Downloads
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