OBSERVAÇÕES ACERCA DAS ATUAIS CONDIÇÕES DE PARTO NO BRASIL

Autores

  • Flavia Emanuelly Alves França Gomes Centro Universitário Tiradentes
  • Laís Rytholz Castro Centro Universitário Tiradentes
  • Cláudio Gabriel Pinto Centro Universitário Tiradentes
  • Patrícia de Albuquerque Silva Lopes Centro Universitário Tiradentes
  • Chrystian Lennon de Farias Teixeira da Silva Centro Universitário Tiradentes
  • Syrlene Medeiros Patriota Centro Universitário Tiradentes

Palavras-chave:

assistência ao parto, humanização, práticas obstétricas

Resumo

Com o advento de novas tecnologias e técnicas somadas a ampliação do conhecimento do profissional de saúde, pode-se afirmar que o nascimento no ambiente hospitalar se tornou cada vez mais seguro e indicado. No entanto, alguns questionamentos sobre as condições de parto são levantados, já que grande parte das práticas obstétricas não condizem com a ideia de humanização. O quantitativo de cesáreas, sem justificativas clínicas, chama bastante atenção, visto que, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2015, no Brasil, o percentual de partos cesáreos era de 40% na rede pública, chegando a 84% na saúde suplementar. Já nos levantamentos da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), as cesáreas na rede privada chegam a 88%. Tais dados são alarmantes, visto que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as cesáreas não deveriam ultrapassar 15%, sendo realizadas apenas em situações específicas onde o parto normal seja contra-indicado. Além disso, preconiza-se a realização das boas práticas obstétricas, baseadas em um ambiente favorável ao parto, respeito à privacidade da parturiente e direito a acompanhante resguardado. Para tanto, práticas prejudiciais devem ser abolidas, como uso de ocitocina para induzir ou acelerar o parto, amniotomia e episiotomia (sem indicações médicas) que contradizem com o aspecto emocional e humano da mulher. OBJETIVOS: Discutir a problemática da realização de cesáreas indiscriminadamente em detrimento do parto normal, assim como a necessidade de atendimento humanizado em ambientes bem estruturados para tal, com foco no bem estar materno-infantis, respeitando as diretrizes impostas pelo Sistema Único de Saúde. METODOLOGIA: Utilizou-se bancos de dados do Ministério da Saúde, FioCruz e artigos disponibilizados na base Scielo. RESULTADOS: Diante dos dados analisados, percebe-se que ainda há uma precariedade dos sistemas quanto à estrutura necessária para uma assistência adequada ao parto. Muitas vezes medidas desnecessárias são adotadas, apenas com o intuito de acelerar o trabalho de parto, não levando em consideração as condições emocionais e fisiológicas da mãe e do bebê, denotando assim, poucos subsídios para um parto humanizado e seguro, o que acaba desestimulando as gestantes a optarem pelo parto natural. CONCLUSÕES: Apesar dos novos avanços tecnológicos e consequente diminuição dos riscos de parto, o atendimento excessivamente medicalizado e pouco fisiológico ainda é uma realidade que precisa ser mudada para objetivar o completo bem-estar da saúde da mulher. Ademais, além de políticas públicas que já estimulam o parto humanizado, é preciso, também, que mulheres se empoderem buscando informações e garantia de seus direitos e que haja uma conscientização na cultura médica.

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Biografia do Autor

Flavia Emanuelly Alves França Gomes, Centro Universitário Tiradentes

Estudante de Medicina, ProUni, quarto período.

Syrlene Medeiros Patriota, Centro Universitário Tiradentes

Professora orientadora

Referências

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Alves França Gomes, F. E., Castro, L. R., Pinto, C. G., Silva Lopes, P. de A., de Farias Teixeira da Silva, C. L., & Patriota, S. M. (2020). OBSERVAÇÕES ACERCA DAS ATUAIS CONDIÇÕES DE PARTO NO BRASIL. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11046

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas