Perspectivas de inclusão e exclusão social de travestis: sob a ótica da saúde

Autores

  • Ariane Nascimento de Morais Centro Universitário Tiradentes - UNIT
  • José Alberto Correia Cavalcante Júnior Centro Universitário Tiradentes - UNIT
  • Raquel Lima Pedrosa Centro Universitário Tiradentes- UNIT.

Palavras-chave:

Exclusão, políticas, sexualidade.

Resumo

RESUMO- Introdução: Diversos processos de estigmatização colocam à margem qualquer tentativa de inserção social de travestis devido a uma lógica heteronormativa e um sistema binário de gênero, ocasionando uma situação de clara exclusão de todo e qualquer corpo e comportamento que estejam fora desse padrão. No contexto da normalidade, Butler (2003) nomeia os “corpos abjetos”, termo que nos permite incluir a comunidade travesti a partir de uma lógica na qual tais corpos são marcados negativamente, sendo desprovidos de direitos, reconhecimento e legitimidade. A heterossexualidade, tida como norma social, surge como única e incontestável forma de aceitação onde os corpos abjetos ocupam processos excludentes frente à significação de corpos, gêneros e desejos, impostos pela heteronormatividade (BUTLER, 2000). Objetivo geral: Analisar os fatores de inclusão e exclusão de travestis, na área da saúde, em Maceió. Objetivos específicos: Investigar as condições atuais de saúde pública, no assistencialismo às travestis; Averiguar as formas e políticas de inserção de travestis, na esfera da saúde; Comparar as competências da Secretaria Municipal de Saúde e a realidade enfrentada pelas travestis através da observação participante; Discutir a contribuição da Psicologia, na esfera da saúde, quanto à assistência para travestis. Metodologia: Preferencialmente, foi realizada uma revisão literária em materiais emitidos pelo Ministério da Saúde e Conselho Federal de Psicologia, observando-se a falta de atendimento médico especializado, atrelado aos cuidados necessários, em decorrência da utilização de hormônios feminilizantes e silicone industrial, e a saúde mental, atrelada a altos índices de depressão, ansiedade e pânico. Resultados: Em análise à Resolução nº 1/2018, do Conselho Federal de Psicologia, é resolvida uma reflexão voltada à eliminação da transfobia e preconceito, preconizando a atuação dos profissionais contra qualquer forma de discriminação, inclusive ao não favorecimento da patologização. A representação do grupo Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), no Conselho Nacional de Saúde (CNS), incluindo diretrizes de orientação sexual e identidade de gênero, constitui um avanço para esta classe, não obstante do reconhecimento de outras necessidades e demandas, requeridas pelas travestis, além do grande foco existente sobre a epidemia de HIV/AIDS (BRASIL, 2013). A Política Nacional de Saúde Integral LGBT possui diretrizes e objetivos voltados para mudanças na determinação social da saúde, com vistas à redução das desigualdades, relacionadas à saúde destes grupos sociais (BRASIL, 2013), definindo as responsabilidades e atribuições nas esferas do Ministério e Secretarias de Saúde, podendo-se perceber a necessidade de um compromisso maior dos gestores e profissionais de saúde no trato destas pessoas. Conclusão: A existência de algumas formas e políticas de inserção de travestis na sociedade, sob a ótica da saúde, ainda não garantem a segurança de um tratamento humanizado, e por conta da falta de seguridade dos seus direitos, bem como os fatores psicológicos que são desencadeados gerarem além do declínio vital, questões de grande vulnerabilidade física e mental, as retirando do contexto social, verifica-se que, esse quadro as conduz reforçando um despreparo dos profissionais da saúde, fazendo com que se perpetue um cenário de exclusão até os dias atuais, que muitas vezes levam a drásticas consequências.

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Referências

BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo” in LOURO, G. L. (org.), O corpo educado – pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte. Autêntica, 2000.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - LGBT. Brasília: MS; 2013.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis. Resolução n. 01, de 29 de janeiro de 2018. Brasília.

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Morais, A. N. de, Cavalcante Júnior, J. A. C., & Pedrosa, R. L. (2020). Perspectivas de inclusão e exclusão social de travestis: sob a ótica da saúde. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11012

Edição

Seção

PROBIC E PIBIC