Benefícios da Alimentação em portadoras de endometriose

Autores

  • Paulo Neto Paz Centro Universitário Tiradentes - UNIT

Palavras-chave:

Endometriose, Antioxidante, Nutrição e endometriose,

Resumo

A endometriose é uma doença crônica, inflamatória, estrogênio-dependente que ocorre durante o período reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se pela presença de tecido endometrial, glândula e/ou estroma, fora da cavidade uterina. Ainda é uma doença de difícil diagnóstico, o que nos leva a considerar a prevalência e não a incidência como melhor parâmetro para a análise dos aspectos epidemiológicos. Esses estimam que cerca de 70 milhões de mulheres são acometidas pela doença no mundo, sendo uma das principais causas de hospitalização em países desenvolvidos. No Brasil, entre 2009 e 2013, foram registradas 71.818 internações em decorrência da endometriose. Mesmo sendo uma doença impactante, o acesso aos serviços, ao diagnóstico e aos tratamentos é escasso haja vista que esse último utiliza medicamentos hormonais como únicas opções atualmente disponíveis, muitas vezes sem sucesso e com inúmeros efeitos colaterais. Neste sentido, a literatura atual tem sugerido que a alimentação pode estar ligada a patologia como sendo um dos fatores que auxiliam na prevenção e diminuição das chances de desenvolvimento e danos, relacionando-se tanto a endometriose quanto aos seus fatores de risco. Desta forma, o presente trabalho trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada por meio de levantamento nas bases de dados Scielo e Pubmed, em inglês e português, que objetivou-se reunir e comparar evidências recentes sobre nutrição e hábitos alimentares em relação à endometriose. Foram selecionados e analisados 6 artigos de 2004 até 2016, ligados diretamente ao tema abordado os quais associaram a ingestão de antioxidantes em mulheres com endometriose a uma correlação inversa com a intensidade da patologia, onde à medida que a gravidade da endometriose se intensifica, uma menor ingestão de antioxidantes está presente no sangue. Uma análise importante foi observada em um grupo experimental que consumiu vitaminas C e E, além de selênio e zinco revelando uma diferença significativa quando os resultados foram comparados com o grupo controle que consumiu outros antioxidantes e retinol, sugerindo que dietas deficientes em nutrientes que possam alterar o metabolismo lipídico, estresse oxidativo e causar anormalidades epigenéticas capazes de estar ligadas à progressão da doença. Desta forma observamos que uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis estão diretamente ligados a ações benéficas sobre a patologia, e que alimentos ricos em zinco, selênio, fitoquímicos, vitaminas A, C, E e do complexo B, promovem melhorias como coadjuvantes ao tratamento de endometriose reforçando a hipótese de que alimentos e nutrientes influenciam a patogênese e progressão da doença, sendo viáveis como tratamentos adjuvantes alternativos de efeito sinérgico. Acredita-se que seja possível um plano alimentar adequado, rico em antioxidantes e específico para a patologia estudada.

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Referências

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Paz, P. N. (2020). Benefícios da Alimentação em portadoras de endometriose. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/11004

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas