Hiperparatireoidismo Primário em idosos e suas repercussões clínicas
Palavras-chave:
hiperparatireoidismo primário, geriatria, paratireoidectomiaResumo
INTRODUÇÃO: O envelhecimento tem grandes repercussões no eixo neuroendócrino, predispondo ao desenvolvimento, dentre outras morbidades, de hiperparatireoidismo primário (HPTp); um distúrbio endócrino originado nas glândulas paratireoides que acomete principalmente os idosos. Fisiopatologicamente, o HPTp é originado de mutações somáticas que levam à expansão monoclonal ou policlonal das células da paratireoide. A forma clínica mais comum de HPTp é a hipercalcemia assintomática, um achado laboratorial incidental, sendo necessário, no diagnóstico diferencial, excluir todas as formas secundárias. A morbimortalidade desta afecção é significativamente elevada, sendo o comprometimento da função renal e o envolvimento cardiovascular as principais razões para tal. OBJETIVOS: Esclarecer as alterações endócrinas do envelhecimento relacionadas ao HPTp e suas repercussões clínicas; estimar a morbimortalidade do HPTp em idosos no Estado alagoano. METODOLOGIA: Foram levantados dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) dos anos 2016-2017, acerca do número de internações e óbitos decorrentes de doenças endócrinas e metabólicas em idosos no Estado de Alagoas. Conjuntamente, realizou-se uma pesquisa sistematizada nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs onde foram selecionados artigos publicados entre 2013 e 2018, escritos em inglês, português ou espanhol. A busca foi feita com o uso dos descritores “Primary hyperparathyroidism”, “Parathyroidectomy” e “Hyperparathyroidism in elderly”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Conforme a análise dos dados coletados no DATASUS, das 3.509 internações por doenças endócrinas e metabólicas em Alagoas, cerca de 52% dos pacientes possuíam 60 anos ou mais. Para tais internações, a taxa de mortalidade foi de 12.6%. Segundo as pesquisas realizadas, o HPTp é a principal causa de hipercalcemia e o estudo epidemiológico da população europeia estima uma prevalência de 1-7 casos de HPTp a cada 1000 adultos, evidenciando que esta é subdiagnosticada, o que interfere no prognóstico dos pacientes. Frequentemente, além do HPTp, os afetados também apresentam hiperparatireoidismo secundário devido à deficiência de vitamina D. Isto leva a uma deterioração importante da situação óssea, particularmente agravante no caso da população idosa. Além disso, a elevação inapropriada do paratormônio no HPTp prejudica a atividade de enzimas responsáveis pela remoção de radicais livres, aumentando assim o risco de doença cardiovascular e a mortalidade. CONCLUSÃO: Conclui-se que o reconhecimento precoce do HPTp é imprescindível, todavia, problemático. Diante, ainda, da alta taxa de mortalidade e de internações de idosos decorrente de morbidades relacionadas, percebe-se a necessidade da rápida intervenção e da habilidade do médico em lidar com tais problemas clínicos caracterizados por apresentações assintomáticas ou atípicas e que podem ocorrer com quaisquer grupos de idosos.
Palavras-chave: hiperparatireoidismo primário, geriatria, paratireoidectomia.
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Referências
Deska, M. et al. Oxidative stress and angiogenesis in primary hyperparathyroidism. European Surgery (2017) 49(3), 118–126.
Siggelkow, H. et al. Recent Findings on Primary Hyperparathyroidism. DMW - Deutsche Medizinische Wochenschrift (2017) 142(11), 790–793.
Yeh, M. W. et al. Incidence and Prevalence of Primary Hyperparathyroidism in a Racially Mixed Population. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (2013) 98(3), 1122–1129.
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