O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E AS PONTES MIOCÁRDICAS

Autores

  • PATRICIA GURGEL LUZ Centro Universitário Tiradentes
  • KLAYNE CRISTIANE MARTINS CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES
  • LUIZA DE SALES COSTA CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES
  • REBECCA DE CASTRO E CASTRO CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

Palavras-chave:

dominância arterial coronariana, infarto agudo do miocárdio, pontes miocárdicas

Resumo

INTRODUÇÃO: Variadas são as causas de cardiopatia isquêmica, dentre elas encontra-se em primeiro lugar a aterosclerose coronariana, seguida por outras, como a presença de pontes miocárdicas (PM). A PM é uma anomalia congênita das artérias coronárias, que acomete geralmente o ramo interventricular anterior da artéria coronária esquerda (ACE), em que alguns feixes de miocárdio envolvem determinada parte da artéria coronária que se dispõe no epicárdio. Essa anomalia resulta em compressão do vaso durante a sístole e constitui um dos principais diagnósticos diferenciais nas precordialgias idiopáticas, podendo mostrar-se como síndrome coronariana aguda e, mais dificilmente, infarto agudo do miocárdio (IAM) ou morte súbita. OBJETIVOS: Relacionar a predisposição do IAM em pacientes com pontes miocárdicas. METODOLOGIA: Constitui-se de uma revisão da literatura, na qual as buscas foram realizadas em nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs. Foram selecionados artigos publicados entre 2003 e 2018, escritos em inglês, português ou espanhol. A busca foi feita com o uso dos descritores “Acute myocardial infarction”, “Myocardial bridges” e “Coronary dominance”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Postulam-se teorias acerca da fisiopatologia relacionada ao surgimento das PM, como a que se baseia na formação em concomitância às artérias coronárias e, por outra linha, que seu surgimento compreende um defeito na reabsorção das fibras que circundam a artéria acometida. A dominância arterial coronariana é determinada pelo vaso que dá origem à artéria descendente posterior (ADP). A maioria dos corações (88%) apresentam dominância direita, ou seja, a ADP é fornecida pela artéria coronária direita (ACD). Quando a dominância é esquerda (7%), a artéria que origina a ADP é a circunflexa (ramo da ACE). Existe ainda a codominância (5%) quando o suprimento é compartilhado por ambas (ACD e ACE). É clinicamente importante entender as relações de dominância coronariana, uma vez que o domínio esquerdo está associado a uma maior incidência de arteriosclerose e maior mortalidade por IAM. Tal relação pode ser explicada pela maior área miocárdica em risco nesses quadros, que podem afetar negativamente o prognóstico do paciente. O desenvolvimento de aterosclerose no segmento proximal da PM mantém relação com alterações no fluxo sanguíneo daquela área, fazendo as células endoteliais alterarem a produção de substâncias vasoativas, influenciando no controle do tônus vascular, potencial trombogênico e regulação do fluxo sanguíneo. Destaca-se que a intensidade dos sintomas varia de acordo com a quantidade, espessura, localização e comprimento das PM. CONCLUSÃO: Perante o exposto, a relevância clínica das PM depende do grau e localização da oclusão arterial coronariana. Até então, perpetua-se como uma patologia subdiagnosticada devido ao predomínio da forma assintomática e ao restrito acervo de métodos diagnósticos. Logo, o reconhecimento na literatura ao relacionar o efeito da ponte e do domínio coronariano ao IAM parece subestimar seu real significado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

PATRICIA GURGEL LUZ, Centro Universitário Tiradentes

Estudante de Medicina

KLAYNE CRISTIANE MARTINS, CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

Estudante de Medicina

LUIZA DE SALES COSTA, CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

Estudante de Medicina

REBECCA DE CASTRO E CASTRO, CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

Estudante de Medicina

Referências

Anderson JL, Morrow DA. Acute Myocardial Infarction. Campion EW, editor. N Engl J Med [Internet]. 2017 May 25 [cited 2017 Nov 20]; v. 376, n. 21, p. 2053–2064. Disponível em: <http://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMra1606915>

Gebhard C, Gick M, Ferenc M, Stähli BE, Ademaj F, Mashayekhi K, et al. Coronary dominance and prognosis in patients with chronic total occlusion treated with percutaneous coronary intervention. Catheter Cardiovasc Interv [Internet]. 2017 Aug 10 [cited 2017 Nov 20]; Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1002/ccd.27174>

Ishii T, Hosoda Y, Osaka T, Imai T, Shimada H, Takami A, et al. The significance of myocardial bridge upon atherosclerosis in the left anterior descending coronary artery. J Pathol [Internet]. 2006 Apr [cited 2017 Nov 20];148(4):279–91. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1002/path.1711480404>

Ker, W. D. S., Neves, D. G., Damas, A. S. A., Mesquita, C. T., & Nacif, M. S. (2017). Myocardial Bridge and Angiotomography of the Coronary Arteries: Perfusion under Pharmacological Stress. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 108, n. 6, p. 572-575.

Loukas M, Curry B, Bowers M, Louis RG, Bartczak A, Kiedrowski M, et al. The relationship of myocardial bridges to coronary artery dominance in the adult human heart. J Anat [Internet]. 2006 Jul [cited 2017 Sep 26]; v. 209, n. 1, p. 43–50. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16822268>

Machado EG, Torres AGMJ, Soares LG, Soares GP, Soares PSL. Ponte miocárdica: revisão de literatura / Myocardial bridging: literature review. Rev Med (São Paulo). 2012; v. 91, n. 4, p. 241-245.

Pereira, A. B., Castro, D. S. P., Menegotto, E. T., Amaral, W. D., & Castro, G. S. P. (2010). Ponte miocárdica: evolução clínica e terapêutica. Arq Bras Cardiol, v. 94, n. 2, p. 188-94.

Saito Y, Kitahara H, Shoji T, Tokimasa S, Nakayama T, Sugimoto K, et al. Relation between severity of myocardial bridge and vasospasm. Int J Cardiol [Internet]. 2017 Dec 1 [cited 2017 Nov 20]; v. 248, p. 34–38.

Downloads

Publicado

2020-08-10

Como Citar

LUZ, P. G., MARTINS, K. C., COSTA, L. D. S., & E CASTRO, R. D. C. (2020). O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E AS PONTES MIOCÁRDICAS. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/10899

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas