Tromboembolismo pulmonar e a sua mortalidade: uma revisão sistemática

Autores

  • Raíssa Marques Reis Avelino Centro Universitário Tiradentes
  • Marina Gomes do Espirito Santo Centro Universitário Tiradentes

Palavras-chave:

Êmbolos pulmonares, Fisiopatologia, Óbitos

Resumo

O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma síndrome clínica e fisiopatológica que resulta da oclusão da circulação arterial pulmonar por um ou mais êmbolos. Sendo assim, estende-se de uma doença assintomática até uma das principais causas diretas de óbito em pacientes hospitalizados, associando-se também à taxas de morbidade significativas. A mortalidade por TEP varia entre 6% e 15%, ocorrendo, predominantemente, nas primeiras horas de iniciação dos sintomas. Para pacientes que se apresentam com instabilidade hemodinâmica ou que apresentam comorbidades associadas, a mortalidade aumenta para 20 a 30%. Os principais fatores de risco para TVP são: idade (aumento exponencial > 50 anos), imobilização, história prévia de TEP, anestesia (risco maior na anestesia geral do que regional), gravidez (aumento de risco no período pós-parto), neoplasias, cirurgias, trauma tecidual (ativação da coagulação e trauma direto sobre os vasos), obesidade, varizes dos membros inferiores e anticoncepcionais. O trabalho objetivou uma revisão da fisiopatologia e consequente mortalidade do Tromboembolismo pulmonar. O presente estudo foi feito através de uma pesquisa eletrônica da literatura utilizando as bases de dados do Scielo, Google Acadêmico e PubMed. Êmbolos pulmonares geralmente provêm de trombos originários no sistema venoso profundo dos membros inferiores. Entretanto, também podem se originar de veias pélvicas, renais, dos membros superiores ou da parte direita do coração. Êmbolos menores se deslocam para os vasos mais periféricos, onde podem causar hemorragia ou infarto. Em pacientes com função cardiovascular adequada, o suprimento arterial brônquico pode sustentar o parênquima pulmonar, ocorrendo hemorragias, mas não há infarto. Apenas aproximadamente 10% dos êmbolos realmente causam infarto, que ocorre quando a circulação já não e adequada, como em pacientes com doença cardíaca ou pulmonar. São três categorias mais aceitas envolvendo os eventos tromboembólicos: TEP fatal, com embolia pulmonar maciça e com ausência de outra causa de morte encontrada em necropsia; TEP contributório, que tem relação com outros fatores, além da TEP, implicando no óbito; TEP incidental, na qual pequenos ou antigos êmbolos pulmonares não estão relacionados com o óbito. No Brasil cerca de e 3% a 5% das necropsias verifica-se a presença de tromboembolismo, e em 68% destes casos a condição foi imputada como causa do óbito, e ainda em 30% dos pacientes que morrem após queimaduras severas, trauma ou fraturas. Logo, é necessário disseminar a prevenção contra o TEP, mostrando que a sua detecção antes de gerar o óbito pode ter tratamento, através da terapia profilática, que inclui a deambulação precoce em pacientes no pós-operatório e pós-parto, meias elásticas e meias de compressão graduada para pacientes confinados ao leito e anticoagulação em indivíduos de alto risco.

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Referências

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Publicado

2020-08-10

Como Citar

Avelino, R. M. R., & Santo, M. G. do E. (2020). Tromboembolismo pulmonar e a sua mortalidade: uma revisão sistemática. SEMPESq - Semana De Pesquisa Da Unit - Alagoas, (6). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/10855

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas