DOENÇA DE CHAGAS: RECONHECIMENTO DOS MEIOS DE CONTAMINAÇÃO

Resumo

Introdução: Doença de Chagas, também chamada de Tripanossomíase americana, é definida, de acordo com o Ministério da Saúde do Brasil (MS) como uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi que possui três fases: aguda, indeterminada e crônica, podendo ser sintomática ou não. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma enfermidade negligenciada, resultado da pobreza humana, levando a altas taxas de morbimortalidade em países endêmicos, sendo o Brasil um deles. Porém, tendo em vista o grande processo de migração internacional, outras formas de contaminação foram observadas, de modo que as vias de transmissão como sangue, órgãos e placenta se tornaram vigentes. Objetivos: Especificar a maior forma de contaminação da Doença de Chagas no Brasil. Metodologia: A pesquisa foi realizada através de revisão sistemática da literatura, com consulta nos bancos de dados "Scientific Eletronic Library Online", "PUBMED", "DYNAMED", “LILACS” e “DATASUS”. Para a busca foram utilizados os conectores "Doença de Chagas", "Cardiopatia Dilatada" e "Tripanossomíase americana" nos idiomas português, inglês e espanhol, entre os anos de 2013 e 2018. Resultados: A principal forma de contaminação é a vetorial, através das fezes do Triatoma infestans. Contudo, a forma vertical, destaca-se por ser pouco difundida em contrapartida do seu grau de importância. Ocorre quando a mãe tem a doença e essa é transmitida para o feto em qualquer fase da doença materna e em qualquer época da gestação ou pelo canal do parto. A forma oral, esporádica nos humanos, ocorre mais no ciclo primitivo da doença através da ingesta de alimentos contaminados com o parasita ou ainda através de carne de caça crua, alimentos contaminados por urina ou secreção anal de marsupiais infectados ou por algum hábito alimentar que seja considerado de risco para a transmissão. Também é possível contaminação através da amamentação, quando a mãe é portadora da doença, podendo ocorrer através do leite ou por possíveis fissuras presentes no seio materno. Essa maneira de contaminação se mostra silenciosa devido à falta de informação. Há também os acidentes laboratoriais, que podem ocorrer durante a manipulação de meios de cultura para o T. cruzi, bem como o transplante de órgãos, que vem ganhando destaque em cenário internacional. Conclusão: Apesar de o Brasil ser um país endêmico para a Doença de Chagas e de serem conhecidas diferentes formas de contaminação, além da vetorial, existem poucos estudos e dados absolutos sobre a incidência e prevalência dos demais meios de transmissão na sociedade brasileira, sendo necessários aprofundamentos científicos nesse âmbito a fim de trazer ao cenário mundial mais informações e cuidados com a saúde.