TY - JOUR AU - Pedrosa, Thaciana de Melo Monte AU - Bispo, Joicielly França AU - Melo, Givânya Bezerra de PY - 2020/11/25 Y2 - 2024/03/29 TI - DEPRESSÃO, ANSIEDADE E EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS NA INFÂNCIA DE PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE: UM ESTUDO COMPARATIVO. JF - SEMPESq - Semana de Pesquisa da Unit - Alagoas JA - sempesq VL - IS - 8 SE - Seminário de Iniciação Científica - PROBIC/UNIT - Ciências da Saúde e Biológicas DO - UR - https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/13761 SP - AB - <p><strong>Introdução:</strong> Homens e mulheres privados de liberdade apresentam altas prevalências de experiências traumáticas na infância e de sintomas de depressão e ansiedade<sup>1,2</sup>. <strong>Objetivo: </strong>Comparar a prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e experiências traumáticas na infância entre homens e mulheres privados de liberdade.<strong> Metodologia: </strong>Estudo quantitativo descritivo com corte transversal. Foram entrevistadas 119 pessoas privadas de liberdade (51 homens e 77 mulheres) no Complexo Penitenciário de Maceió entre dezembro de 2018 a fevereiro de 2020.  Houve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes – UNIT/AL (n° 3.539.450). O trabalho encontra-se inserido no Programa de Iniciação Científica do Centro Universitário Tiradentes, UNIT/ Alagoas.<strong> Resultados: </strong>No período de encarceramento, a proporção de homens que trabalhavam (98% vs. 31,2% das mulheres) e o valor da renda média deles (R$: 1.329,10 vs. 332,88 entre as mulheres) foram superiores aos das mulheres. Sofrer algum tipo de violência na infância (abuso) foi mais comum entre as mulheres (81,8% vs. 76,5%), bem como as prevalências de sintomas de ansiedade (59,7% vs. 5,9%) e depressão (62,3% vs. 9,8%). <strong>Discussão:</strong> A maior vitimização à violência na infância e a maior prevalência de sintomas de depressão e ansiedade entre as mulheres podem ter relação com diversos fatores, entre eles: os impactos do aprisionamento<sup>3</sup>; as desigualdades de gênero que também se refletem nos procedimentos prisionais<sup>4,5</sup>, o abandono familiar no período de encarceramento<sup>6</sup>. As disparidades de inserção no trabalho e na renda no período de encarceramento podem ter relação com os desfechos mais negativos na saúde mental das mulheres. Os homens entrevistados se encontravam no Núcleo Ressocializador, uma unidade diferenciada<sup>7</sup> e as mulheres em uma unidade prisional tradicional. Neste sentido, os resultados obtidos podem ter sofrido influencias das características dos ambientes<sup>8</sup>. <strong>Conclusões:</strong> As mulheres apresentaram maiores prevalências de experiências traumáticas na infância e sintomas de depressão e ansiedade. As diferenças de gênero somando-se as condições desiguais de encarceramento e oportunidades de inserção no trabalho e geração de renda podem ter contribuído para os resultados observados. É primordial a implantação do Núcleo Ressocializador Feminino para prover as mesmas oportunidades. A atenção à saúde mental das pessoas privadas de liberdade incluindo o suporte às vítimas de violência na infância devem ser ações prioritárias no período de encarceramento. As mulheres requerem olhares especializados tendo em vista suas especificidades e a maior vulnerabilidade para vitimização as violências e desfechos desfavoráveis na sua saúde mental.</p> ER -