@article{Ferreira_Matias_2020, title={Os Emojis como propulsores de diálogos no ciberespaço: experiência no Ensino Fundamental}, url={https://eventos.set.edu.br/abciber/article/view/12674}, abstractNote={Desde os primeiros indícios de comunicação, temos constantemente buscado símbolos para promover a comunicação entre os pares e essa significação tem evoluído constantemente. Neste sentido, na contemporaneidade, com a linguagem digital, os jovens têm utilizado os “emojis” como estratégias de comunicação através dos celulares. A língua, em seus estudos de linguagem, como todo sistema complexo, está sempre em transformação. Paiva (2016) destaca que as imagens aparecem na comunicação humana desde a pré-história, como forma de comunicação e foi evoluindo ao longo dos séculos, relacionados com as tecnologias da época. Ou seja, a evolução da língua tem também a ver com sua interação com a tecnologia (SILVA, 2016; MORO, 2016). Uma dessas mudanças se dá na introdução de novas palavras e a ressignificação de palavras mais antigas (ex.: amigo e curti, like, dentre outras) nas redes sociais como o Whatsapp, Twitter e Facebook, e as novas formas de comunicação como os acrônimos e as abreviações (PAIVA, 2016). Ao lado de todas essas novidades na comunicação escrita, utilizamos três tipos de figuras (PAIVA, 2016): os emoticons, que são representações tipográficas de expressões faciais, como “:)” que se transforma automaticamente em ☺ pelo editor de texto Microsoft Word; os emojis, que são gravuras produzidas com a tecnologia criada por um grupo sem fins lucrativos denominado Consórcio UNICODE e; os stickers, figurinhas disponíveis em algumas plataformas como o Facebook e Whatsapp, por exemplo. Segundo Paiva (2016), os emojis não têm um nome oficial- são apelidados pelos usuários. Os emojis surgiram na década de 1990 no Japão e possuem representações “prontas”, ou seja, não apenas traços, dois pontos, entre outros… são de fato desenhos. Silva (2016) afirma que os egípcios antigos tinham os hieróglifos e o homem moderno tem os emojis. Neste sentido percebemos uma linguagem escrita informal cada vez mais multimodal com a inserção dessas representações visuais, no contexto da cibercultura. “Cada vez mais se aprende a incluir e conectar diferentes fontes de informação, visto que as mídias sociais favorecem a capacidade de criação e compartilhamento de ideias, exigindo para isso, o aprendizado contínuo e a formação de comunidades de aprendizagens” (VERSUTTI, GASCIOLA, LIMA, 2014, p.31). Sendo assim, o objetivo deste relato foi o de descrever uma estratégia didática, utilizando os “emojis” como propulsores de diálogos, dentre eles o de mobilizar as emoções, de forma a favorecer uma comunicação dialógica entre os pares, na educação básica, no ensino fundamental. Buscamos também, através dessa atividade, promover uma reflexão e problematização sobre a forma como expressamos nossos sentimentos e emoções, observando como as pessoas transmitem informações através da relação entre cultura e meios de comunicação e como influenciam o nosso comportamento. Ao pensarmos a sala de aula como um espaço dialógico que permite a expressão de estudantes imersos na cibercultura (LEVY, 1999), aproximamos escola e a realidade do educando, favorecendo assim um ambiente potencializador capaz de ampliar e enriquecer uma experiência narrativa, através de mídias diversificadas, neste caso no ensino fundamental, narradas através dos desenhos que expressam seus sentimentos, a partir dessa nova linguagem comunicacional, os emojis. O objetivo do presente trabalho é apresentar uma experiência inovadora, através do planejamento, validação e aplicação de uma sequência didática, em contextos escolares da educação básica multiculturais, na educação formal e no ensino híbrido, de forma dialógica. A temática proposta buscou referenciar o contexto de cibercultura com uma proposta envolvendo a comunicação a partir dos emojis, partindo das vivências dos estudantes no que tange as suas representações sobre a discussão da evolução das tecnologias de comunicação e das diferentes formas de expressar as emoções. A metodologia utilizada foi uma pesquisa-ação, com alunos do ensino fundamental, de uma escola particular e uma escola municipal na Bahia. Partimos do diálogo e análise e das imagens dos alunos, frente às impressões dos sentimentos e emoções, bem como análise da percepção do outro diante dessa forma de comunicação, proporcionando uma leitura interativa do conteúdo, a partir de desenhos representativos e de roda de conversas, coadunando com uma justificativa que proporciona uma relevância da realização deste trabalho. A atividade consistiu em realizar uma discussão do tema “Meios de comunicação” e “Cultura Digital, através das questões problematizadoras (O que é Emoji? Vocês fazem uso de Emoji? Se sim, sabem usar? Pra que vocês usam os Emojis? Qual gosta mais? Os Emojis conseguem representar seus sentimentos?O que são os sentimentos? O que são as emoções? Onde os sentimos? De onde vêm as emoções? Vocês conseguem perceber a questão de raça e gênero nos Emojis? E como essas questões aparecem na sociedade? Os Emojis conseguem expressar as mudanças na sociedade e criar uma linguagem universal?). Essas questões foram realizadas na Roda de Conversa e após foram solicitados que desenhassem um Emoji que represente seus sentimentos naquele momento. Após, foram feitas exposição (Roda de Conversa ou Varal) com os desenhos realizados, dialogando sobre as emoções e sentimentos e a dificuldade ou não de expressá-los. Dentre os resultados obtidos, percebe-se uma diferenciação entre os alunos da escola municipal e particular, devido aos distintos contextos e realidades que vivenciam; em ambos prevaleceu o respeito às diferenças através de roda de conversa. A proposta transdisciplinar e de narrativas interativas (desenhos, carinhas, sentidos) foi bem relacionada com os conteúdos de cultura digital, favorecendo a interação entre as imagens e as narrativas dos alunos, a partir de uma linguagem comunicacional atrativa através dos emojis. No primeiro, na escola pública, que tem uma proposta pedagógica da escola “Acolhimento”, os alunos são de baixa renda; área de risco; alunos especiais; escola municipal com projetos de inclusão: Digital; Inclusão Física; Empoderamento e muitos Projetos Sociais, vimos claramente na postura dos participantes esses conceitos, que nos remete a postura inclusiva, de resgate à comunicação, mas tendo interesse em aprender. Vale ressaltar que tivemos a presença de 5 alunos especiais, que desenvolveram um trabalho diferencial, de forma individual, em conjunto com a psicopedagoga da escola, uma das autoras deste trabalho. No contexto da escola particular, vimos uma postura animada, seguindo a proposta da escola “Neuropsicopedagogia”, os alunos são de classe média-alta; a escola possui muitos recursos interativos na sala de aula, além de espaços lúdicos, para a realização de exposição de vídeos, internet, dentre outros recursos que permitem explorar de forma positiva as atividades propostas; universo deles, já que os alunos tem grupo de whatsapp; uso diverso para os Emojis: bandeiras, esportes, ações, e não somente os de emoção, foram discutidos com os alunos em roda de conversa, mostrando que a comunicação nessa perspectiva contemporânea vai além da proposta aqui apresentada. Alguns relatos dos alunos: “Emoji como recurso para vencer a timidez” (4º ano); “Nem sempre agente faz a carinha do jeito que estamos sentindo” (5º ano); As vezes as pessoas não conhecem o que significa cada emoji. E manda errado! Carinha morrendo de rir para notícia de que alguém morreu” (4º ano); “Ao invés de escrever um textão eu uso um Emoji para representar ” (5º ano). Podemos perceber com a realização desta atividade que, no contexto da escola municipal: os alunos se envolveram com a atividade proposta, pois para eles era uma novidade; os alunos especiais se mostraram interessados na atividade, chamando atenção nos desenhos elaborados; a atividade poderia ser mais aproveitada, se tivesse um número de alunos reduzido na sala, maiores recursos (lápis de cor, mesa apropriada, áudio melhor); as imagens transmitiram emoções diversas: felicidade, tristeza, sono, fome. Através da realização desta atividade foram elaboradas/acionadas categorias temáticas que sugerem o desenvolvimento de mais atividades, comprovando o caráter transmidiatica desta proposta pedagógica, que podem ser exploradas ao longo da unidade letiva, tais como: identidades (cor da pele); diferenças (física e comportamento); depressão; questões de gênero e raça; modificação do comportamento/expressão; aspectos psicológicos fortes (analise individual); problemas visualizados nos desenhos expressos; desejo (Escola 01) e realidade (Escola 02). A modificação na forma de produzir conhecimento foi proporcionada pelo desenvolvimento tecnológico experimentado pela sociedade contemporânea que, segundo Mill (2013), proporcionou também novas formas de se relacionar com o mundo, antes não experimentadas pela humanidade. Sugere-se aprofundar os temas identificados pelos alunos em outras aulas/atividades, sinalizado como uma proposta a ser realizada ao longo da unidade, envolvendo a temática e as seus desdobramentos.}, number={1}, journal={II Encontro Regional Norte-Nordeste da ABCiber}, author={Ferreira, Graça Regina Armond Matias and Matias, Lorena Andrade}, year={2020}, month={abr.} }