ESPAÇOS DE INFOINCLUSÃO: O MUSEU DO AMANHÃ ENQUANTO AGENTE EDUCACIONAL NA CIBERCULTURA.

Autores

Palavras-chave:

Inclusão Digital, Museus, Cibercultura, Educação.

Resumo

O cenário da introdução das tecnologias da informação e comunicação (TIC) no Brasil nos mostra que o progresso científico e tecnológico, neste ambiente, não considerou a parcela mais pobre da sociedade e sua formação para a realidade da cibercultura e ciberdemocracia. A não consolidação de instrumentos educacionais enquanto política social, dentro e fora das escolas, provocou o distanciamento entre as ações de desenvolvimento tecnológico e social que pudessem contribuir para a melhoria das condições de vida da população, em especial a população mais pobre no tocante aos avanços da internet em tempos de mobilidade. Este estudo contempla a inclusão digital enquanto um conjunto de esforços das sociedades contemporâneas para produção e utilização de conhecimentos do campo tecnológico, que se comunicam e colaboram para o desenvolvimento de projetos que visam a aproximação da população com esta realidade. O descompasso entre a acessibilidade e convivência com a cultura digital nas camadas mais pobres da sociedade, quando comparadas àquelas com melhor disponibilidade de renda, se ampliou gradativamente e consolidou uma “nova forma” de exclusão paritária: os preparados e os não instruídos para a “cultura de convergência digital” . Em 2008 o governo brasileiro demarcou a construção de uma agenda pública sobre o assunto, onde reconhece que perdemos tempo e espaço no movimento da inclusão digital. Nos dez anos seguintes notou-se um proeminente crescimento de demandas e ações de variadas modalidades, que atendiam a diferentes culturas e realidades. Este movimento provocou uma considerável expansão no número de espaços, públicos e privados, que apresentam em seu corpus o objetivo de colaborar para a familiaridade e inclusão tecnológica, considerando os princípios da construção de uma cibercultura para além da divulgação científica. Nesse sentido, espaços como museus, institutos de curadoria e pesquisa despontam como iniciativas assertivas para a infoinclusão, através de políticas públicas praticadas em espaços não formais de educação, merecendo destaque o museu da imagem e do som em São Paulo e o museu do amanhã no Rio de Janeiro. Inaugurado em dezembro de 2015, o museu do amanhã se consolidou como instrumento que simboliza este movimento, atuando como agente disseminador de comportamentos, ideias e atitudes que permitiam, também, à parcela pobre da comunidade onde está inserido, o convívio e contato direto com tecnologias e processos educacionais infoinclusivos, possíveis através de projetos, ações e atividades de aproximação das pessoas com a linguagem digital. O objetivo geral deste estudo é investigar o processo de infoinclusão e difusão do conhecimento da cibercultura aplicados pelo museu do amanhã, na cidade do Rio de Janeiro, observando o modelo pedagógico de imersão e interatividade entre pessoas e dispositivos tecnológicos. Enquanto objetivos específicos pretende identificar os recursos tecnológicos aplicados na concepção educacional e constitutiva do museu, seus impactos sob o olhar do visitante, e analisar os modelos de interatividade social em sua relação com a infoinclusão nas comunidades carentes do Rio de Janeiro. O desenvolvimento do estudo está apoiado na abordagem qualitativa, onde através da pesquisa de campo coletou, analisou e observou o modelo de abordagem pedagógica e suas projeções a partir do olhar dos colaboradores e visitantes do museu. Segundo Gil (2016) se caracteriza como descritivo e explicativo, adotando como instrumentos de coleta: a) questionário estruturado contendo perguntas abertas e fechadas para coordenadores e equipe gestora do museu; b) observação sistemática orientada por tópicos previamente estabelecidos para observar e inferir dados sobre a interação dos visitantes com os dispositivos tecnológicos e seus impactos; c) entrevistas livres e gravadas através de recurso de áudio com visitantes para registrar características inerentes ao processo de interação destes com os espaços, suas impressões, reações e comportamentos. Essa investigação faz parte da proposta de pesquisa “Espaços de Infoinclusão: o museu do amanhã enquanto agente educacional na cibercultura” aprovada no edital Amanhã em Pesquisa, promovido pelo museu do amanhã.

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Biografia do Autor

Jacques Fernandes SANTOS, Universidade Tiradentes - UNIT/SE Instituto Federal de Alagoas - IFAL

Doutorando em Educação pela Universidade Tiradentes. Mestre em Gestão e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Pernambuco - UPE. Docente da Educação Básica do Instituto Federal de Alagoas-IFAL. Pesquisador dos Grupos NEOGetq-IFAL e GPETEC-UNIT

Vinicius Silva SANTOS, Universidade Federal de Sergipe - UFS Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Doutorando em Educação pela Universidade Federal de Sergipe - UFS Docente da Universidade do Estado da Bahia - UNEB - Campus VIII - Paulo Afonso/BA

Andréa Karla Ferreira NUNES, Universidade Tiradentes - UNIT-SE

Doutoura em Educação pela Universidade Federal de Sergipe - UFS. Docente titular do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Tiradentes - PPED. Líder do Grupo de Pesquisa Educação, Tecnologias e Contemporaneidade - GPETEC - UNIT - CNPq.

Referências

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Publicado

2020-04-13

Como Citar

SANTOS, J. F., SANTOS, V. S., & NUNES, A. K. F. (2020). ESPAÇOS DE INFOINCLUSÃO: O MUSEU DO AMANHÃ ENQUANTO AGENTE EDUCACIONAL NA CIBERCULTURA. II Encontro Regional Norte-Nordeste Da ABCiber, (1). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/abciber/article/view/12260

Edição

Seção

Educação e Comunicação na Cibercultura