EFEITO DE DEZ SEMANAS DE TREINAMENTO FUNCIONAL AGRUPADO E NÃO AGRUPADO SOBRE INDICADORES DA APTIDÃO FÍSICA DE JOVENS SEDENTÁRIOS
Palavras-chave:
Treinamento, Aptidão física, Qualidade de vida.Resumo
INTRODUÇÃO: O treinamento funcional vem sendo utilizado para melhorar diferentes componentes da aptidão física. Baseado em padrões de movimento com transferência pra vida-diária, esse tipo de treinamento pode ser organizado de forma agrupada, unindo dois exercícios do mesmo padrão em sequência, e não agrupado, alternando os exercícios de cada padrão. Todavia, não está claro qual das formas de organizações é mais efetiva para a melhoria dos componentes da aptidão física. OBJETIVO: Comparar os efeitos do treinamento funcional agrupado e não agrupado em indicadores da aptidão física de jovens sedentários. METODOLOGIA: Cinquenta e oito jovens sedentários foram divididos aleatoriamente em: 1) treinamento funcional não agrupado (TFNA: n=28) e 2) treinamento funcional agrupado (TFA: n=30). Cada sessão de treinamento foi dividida em quatro blocos (preparação para o movimento, neuromuscular 1, neuromuscular 2 e cardiometabólico), executada durante dez semanas, três vezes por semana com 60 minutos de duração cada. Os exercícios foram selecionados baseando-se nos padrões de agachar, puxar e empurrar, executados por ambos os grupos e organizados de maneira alternada (TFNA) e agrupada (TFA). A avaliação da agilidade, força isométrica, potência de membros inferiores e capacidade cardiorrespiratória foram realizadas utilizando o t-test agility, o isometric deadlift, counter movement jump e YOYO-IR N1 test, respectivamente. Os dados foram expressos em média e desvio padrão e analisados a partir de uma ANOVA 2x2, seguido do post hoc test de Bonferroni. Foi considerado p≤0,05 para significância estatística. RESULTADOS: Após o período de intervenção, os grupos apresentaram melhora significativa na potência muscular de membros inferiores (TFA: Δ%=4,79, p=0,01; TFNA: Δ%=3,02, p=0,03), na agilidade (TFA: Δ%=-4,65, p= 0,001; TFNA: Δ%=-4,62, p= 0,003) e na capacidade cardiorrespiratória (TFA: Δ%=25,42, p=0,01; TFNA: Δ%=21,63, p=0,03). Com relação à força isométrica, nenhum dos grupos obteve melhora significante (TFA: Δ%=3,15, p=0,20; TFNA: Δ%=5,30, p=0,06). Quando comparados entre si, os grupos não apresentaram diferença estatisticamente significante em nenhum dos testes. CONCLUSÃO: Conclui-se que embora o TFA tenha apresentado maior mudança relativa na maioria dos testes, ambos os treinamentos foram igualmente efetivos na melhora de indicadores da aptidão física em jovens sedentários.Downloads
Referências
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