EFEITOS DE DIFERENTES ESQUEMAS ALIMENTARES SOBRE O GANHO DE PESO AOS 30 DIAS DE VIDA EM RECÉM-NASCIDOS A TERMO
Palavras-chave:
Aleitamento Materno, Ganho de peso, Recém-Nascido.Resumo
INTRODUÇÃO: As práticas alimentares adequadas nos primeiros anos de vida contribuem para que as crianças atinjam seu potencial de desenvolvimento. A introdução precoce de substitutos ou complementos do leite materno está associada a diarreia, risco de desnutrição se os alimentos não forem adequados nutricionalmente, além de aumentar o risco de superalimentação e obesidade infantil. Nesse contexto, pode-se discutir se os diversos tipos de aleitamento garantem um ganho de peso satisfatório. OBJETIVO: Avaliar o ganho de peso de recém-nascidos a termo nos primeiros trinta dias de vida e sua relação com os diferentes tipos de introdução alimentar. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado em uma maternidade com atendimento a gestantes de baixo risco acolhidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Aracaju/SE com 61 parturientes. A pesquisa desenvolveu-se em dois momentos: 1º) durante o internamento, com o mínimo de 24 horas pós-parto e após o consentimento, foram recolhidos alguns dados específicos do prontuário da parturiente e do recém-nascido (RN); 2º) após 30 dias a coleta de dados ocorreu por contato telefônico. Utilizou-se como instrumento um questionário semiestruturado contendo 30 itens sobre alimentação do RN. Foi aplicada a estatística descritiva e o Teste Qui-Quadrado para avaliar a associação entre variáveis categóricas. O teste t de Student foi utilizado para comparar o ganho de peso entre os diferentes tipos de introdução alimentar. Foi assumido erro do tipo I de até 5% para rejeitar a hipótese de nulidade dos testes estatísticos (valor de p<0,05). RESULTADOS: Ao final do primeiro mês 50,8% da amostra já não estava em aleitamento exclusivo. Quando comparadas ao ganho de peso no primeiro mês não foi encontrada associação com o tipo de aleitamento. Foram encontradas relações entre os RN em aleitamento exclusivo e não exclusivo com a ocupação, escolaridade, problemas de saúde antes da gestação e peso pré- gestacional da mãe. Foi observado que as mães com a ocupação do lar em sua maioria não se mantiveram em AME. As mães que possuem mais que oito anos de estudo se mantiveram em AME durante o primeiro mês ao contrário daquelas de baixa escolaridade. Aquelas que tiveram problemas de saúde antes da gestação, assim como as mães que são consideradas em baixo peso ou obesidade, tendem a não adesão ao AME. CONCLUSÕES: Na amostra avaliada o tipo de introdução alimentar no primeiro mês não foi fator determinante para o ganho de peso do recém-nascido. Entretanto, pôde-se perceber o grande número de RN com a introdução precoce de alimentos ou líquidos o que poderá interferir no ganho de peso durante seu desenvolvimento.