CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DA DOR INFANTIL
Palavras-chave:
Crianças, Manejo da dor, Enfermagem.Resumo
INTRODUÇÃO: A dor é uma sensação frequente e clinicamente importante no ambiente hospitalar, porém apesar dos avanços acerca no conhecimento do seu funcionamento e tratamento, estudos relatam que ela não tem seu manejo realizado de modo adequado1. A utilização de escalas é uma forma eficiente de avaliar a dor, simplificando a assistência2. Sem a mensuração não há como definir se o tratamento está sendo necessário e eficaz ou quando finalizá-lo3.
OBJETIVO: Identificar o conhecimento dos profissionais sobre escalas para avaliação de dor na criança. MÉTODOS: Pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem quantitativa. Realizado no setor pediátrico pós-cirúrgico do HUSE localizado em Aracaju-SE. Os critérios de inclusão foram profissionais da equipe de enfermagem que se encontravam no setor de pediatria. A amostra foi probabilística, consecutiva por conveniência. A casuística foi composta por 43 profissionais: 08 enfermeiros, 21 técnicos de enfermagem e 14 auxiliares de enfermagem. A coleta de dados ocorreu no período de setembro a outubro de 2016. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e Conselho Nacional de Saúde (CONEP). O instrumento de coleta havia perguntas a cerca da forma de avaliação da dor, sua frequência, entre outras. Os dados foram armazenados em banco de dados computadorizado no programa Excel. Foi elaborada estatística descritiva e inferencial. RESULTADOS: Dos 43 profissionais de enfermagem entrevistados (65,1%) alegaram não conhecer instrumentos validados que avaliam a dor na criança, (46,5%) não conhecia nenhuma escala para crianças acima de 3 anos e (53,5%) não conhecia escalas para menores de quatro anos. O estudo constatou que (30,2%) dos profissionais de enfermagem têm o tempo de trabalho na pediatria entre 10 e 20 anos e (44,2%) sentem dificuldade em avaliar a dor na criança. O alto índice de desconhecimento de escalas para a avaliação da dor pediátrica, inclusive a diferença do tipo mais adequado por faixa etária é preocupante, pois evidencia que a maioria dos profissionais está avaliando a dor de forma empírica. A dificuldade em avaliar a dor pode ter origem de uma deficiência na formação acadêmica, onde o conteúdo sobre dor e avaliação é pouco abordado e também pela baixa procura por atualização profissional com mais tempo de formação. CONCLUSÃO: Boa parte da equipe de enfermagem não conhece os diferentes tipos de escalas de avaliação da dor. É necessário implantar protocolos específicos para avaliação da dor pediátrica, e também a realização de capacitações visando sensibilizar e promover o domínio técnico das escalas. Almeja-se com essa pesquisa proporcionar dados para incentivar a adoção de escalas e a criação de estratégias para capacitação da equipe para adequada mensuração da dor infantil.
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Referências
Ribeiro SBF.et al. Dor nas unidades de internação de um hospital universitário. Rev. Bras. Anestes. 2012; 62(5):605-11.
Bottega FH, Fontana RT. A dor como quinto sinal vital: utilização da escala de avaliação por enfermeiros de um hospital geral. Texto Cont. Enferm. 2010; 19(2): 283-90.
Silva JA, Ribeiro-Filho NP. A dor como um problema psicofísico. Rev. dor, 2011; 12(2):138-51.