Incidência de Exames Sugestivos de Trichomonas Vaginalis Segundo Região de Residência no Período Entre Outubro de 2014 e Fevereiro de 2015
Palavras-chave:
Doença sexualmente transmissível, Exame Citopatológico Cérvico-Vaginal, Trichomonas vaginalis, Tricomoníase.Resumo
INTRODUÇÃO: A Tricomoníase é a doença sexualmente transmissível (DST) não viral mais incidente no mundo. Em países em desenvolvimento, mais de 90% dos casos ocorrem em pessoas que vivem em áreas onde há escassez de recursos sanitários de qualidade. Para a detecção desses casos, o exame de Papanicolau torna-se uma importante ferramenta na investigação do Trichomonas vaginalis, o qual é um parasita comensal ao intestino humano. A tricomoníase vaginal determina um fator de risco para outras doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, baixo nível educacional a respeito das doenças parasitárias correlaciona com a incidência da transmissão da doença. Apesar do parasita não ser um grande causador de sequelas, a tricomoníase pode apresentar uma grande variedade de manifestações clínicas desde assintomática até um estado de vaginite. OBJETIVOS: Comparar o número total de exames Citopatológico Cérvico-Vaginal e Microflora em relação ao número de casos sugestivos deste protozoário em todas as regiões do Brasil no período entre Outubro de 2014 e Outubro de 2015. Além disso, apresentar possíveis soluções de controle contra esta parasitose e avaliar suas estratégias de prevenção. METODOLOGIA: Constou da coleta de dados fornecidos pelo Sistema de Informações de Controle do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO). Os mesmos foram transferidos para o programa Microsoft Excel 2013 onde foram processados e representados em tabelas. RESULTADOS: Foi observado uma irrisória quantidade de infecções por T. vaginalis em todas as regiões do Brasil comparada com o total de exames solicitados no período em estudo. A população submetida a avaliação pelo SISCOLO no período entre Outubro de 2014 e Outubro de 2015 no território brasileiro resultou de 2.004.287 exames Citopatológico Cérvico-Vaginal e Microflora solicitados, sendo o Nordeste representado por 22,93% dos exames. Em exames sugestivos de Trichomonas vaginalis no território brasileiro, a região Nordeste pontuou 38% de casos em relação ao número total. Menos de 1% das pacientes notificadas no SISCOLO no período avaliado apresentou diagnóstico sugestivo de Trichomonas vaginalis, sendo o Sudeste o maior representante dos casos. CONCLUSÃO: Os resultados deste trabalho apresentam uma baixa incidência de contaminação por T. vaginalis em mulheres, o que sugere que a infecção por este protozoário não é muito comum no país ou está sendo controlada no Brasil através de fatores como educação, uso de preservativos, higienização pessoal adequada e utilização de contraceptivos tricomonicidas. Portanto, este estudo permitiu apresentar um debate a respeito desta parasitose no território brasileiro, além de criar uma reflexão sobre a sua associação com outras doenças sexualmente transmissíveis. Apesar de seu baixo índice no Brasil, o controle de sua contaminação e estratégias de prevenção devem permanecer, e estudos sobre a tricomoníase, assintomática e sintomática, associada a outras doenças e novas fontes de transmissão, devem ser ferramentas de futuros estudos.Downloads
Referências
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