ELEVADO RISCO CARDIOVASCULAR EM INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO 2 ASSISTIDOS EM UMA LIGA ACADÊMICA
Palavras-chave:
diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, fatores de risco.Resumo
INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença metabólica crônica que pode levar a complicações micro e macrovasculares, sendo caracterizada pela hiperglicemia, podendo ser influenciada por diversos fatores como hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo e obesidade, os quais apresentam impacto negativo sobre a qualidade de vida (SBD, 2016; ADA, 2015). A incidência de doença arterial coronariana é duas a quatro vezes maior nos pacientes com diabetes tipo 2 do que na população geral, sendo que os que desenvolvem essas doenças apresentam um pior prognóstico e uma menor sobrevida em relação aos indivíduos não-diabéticos (OLIVEIRA, et al., 2007). OBJETIVO: Avaliar o risco cardiovascular de indivíduos diabéticos tipo 2 assistidos pela Liga Acadêmica de Nutrição em Diabetes (LANUD). METODOLOGIA: Estudo transversal, no qual foram avaliados 22 pacientes com diabetes tipo 2, de ambos os gêneros, atendidos no ambulatório de Nutrição do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Sergipe. Para análise do risco cardiovascular utilizou-se o Escore de Risco de Framingham, proposto pelo National Colesterol Education Program (NCEP, 2001). Neste escore foram contempladas as variáveis dos indivíduos: sexo, idade, tabagismo, diabetes mellitus, lipoproteína de alta densidade (LDL-c), colesterol total, pressão arterial sistólica e diastólica. O resultado do escore representa um percentual de probabilidade de ocorrência de doença cardiovascular em 10 anos, considerando risco baixo, médio e alto quando o escore final é <10%, de 10 a 20% e >20%, respectivamente (LLOYD-JONES 2004). Também foi determinado o Índice de Castelli I, o qual é obtido pela relação das concentrações de colesterol total e lipoproteína de alta densidade (HDL-c), considerado elevado valores acima de 4,4. Foi realizada uma analise descritiva dos resultados com apresentação de frequências relativas e valores médios. RESULTADOS: A média de idade dos indivíduos avaliados foi 55,7 anos e tempo de diagnóstico de 8,83 anos. Observou-se que entre as classificações de risco para doença cardiovascular, o alto (36,4%) e médio (36,4%) risco foram os mais frequentes. A frequência dos indivíduos com baixo risco foi de 27,2%. Quando avaliado pelo Índice de Castelli I, 77,3% dos pacientes avaliados apresentaram risco de doenças cardiovasculares, com média de 5,3. A dislipidemia nesta doença é caracterizada pela alta concentração de triglicérides no plasma, reduzida concentração HDL-c e elevada concentração de LDL-c, resultados encontrados nos indivíduos avaliados. CONCLUSÃO: A partir dos dados obtidos, conclui-se que os pacientes com diabetes tipo 2 apresentaram risco para o desenvolvimento de doença cardíaca coronariana, assim como outros fatores de risco associados como sedentarismo.Downloads
Referências
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care, v. 33, suppl. 1, p. S62-S69, 2015.
LLOYD-JONES, D.M., et al. Lifetime Risk for Development of Atrial Fibrillation, The Framingham Heart Study. Arrhythmia/Electrophysiology, v. 110, n. 9, p. 1042-1046, 2004.
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OLIVEIRA, D.S., et al. Avaliação do risco cardiovascular segundo os critérios de Framingham em pacientes com diabetes tipo 2. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, v. 51, n.2, p. 268-274, 2007.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016). São Paulo: AC Farmacêutica, 2016. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/sbdonline/images/docs/DIRETRIZES-SBD-2015-2016.pdf>. Acesso em: 13 agosto 2016.