RELAÇÃO ENTRE GASTO ENERGÉTICO COM EXERCÍCIO FÍSICO E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PRATICANTES DE CORRIDA/CAMINHADA, ATLETAS CORREDORES RECREACIONAIS E CARTEIROS
Palavras-chave:
Composição corporal, exercício físico, emagrecimento, gasto energético.Resumo
INTRODUÇÃO: Enquanto publicações científicas indicam perdas de peso bastante discretas com programas de treinamento, atletas ou profissões que exigem nível de atividade física elevado tem demonstrado peso compatível com a normalidade ou até mesmo apresentam magreza, o que pode indicar que o efeito do treinamento de um exercício físico em termos de volume, frequência e intensidade sobre a composição corporal é dose dependente. OBJETIVO: Verificar a composição corporal e gasto energético dispendido por praticantes de corrida/caminhada em praças públicas, atletas corredores recreacionais e trabalhadores que realizam atividade de caminhada (carteiros). METODOLOGIA: Participaram 34 praticantes de corrida/caminhada (54.1 ± 12 anos), 25 atletas corredores recreacionais (35.9 ± 11.6 anos) e 23 carteiros (39 ± 11.7 anos). Foi mensurada a carga de treino/atividade laboral e realizada avaliação da ingestão nutricional habitual e da composição corporal. Dados são apresentados como média e desvio padrão da média, utilizando o teste ANOVA One way ou Kruskal-Wallis para verificar possíveis diferenças entre os grupos. RESULTADOS: Praticantes de corrida/caminhada realizavam 4.3 ± 1.3 treinos/sem, 40.6 ± 23.9 minutos/sessão e gastavam 1731 ± 1466.7 kcal/sem; atletas faziam 3.7 ± 1.58 treinos/sem, 82.7 ± 48.3 minutos/sessão e gastavam 5081.7 ± 4184.2 Kcal/sem; carteiros trabalhavam cinco vezes por semana, com 190.4 ± 56.9 minutos/dia de caminhada e gastavam 7767 ± 20375 kcal/sem. Atletas recreacionais (2282.2 ± 704.4 kcal/dia) e carteiros (2349.9 ± 757.6 kcal/dia) tinham maior ingestão nutricional que praticantes de corrida/caminhada (1524.4 + 551.7 kcal/dia). O percentual de gordura de carteiros (22.8 ± 5.9%) e atletas recreacionais (20.9 + 8.4%) era estatisticamente similar, enquanto os praticantes de corrida/caminha (41.5 ± 6.2) tinham gordura corporal significativamente maior que atletas. Este mesmo padrão se repetiu para IMC e circunferência abdominal. CONCLUSÃO: A carga de treino realizada por praticantes de corrida/caminhada em praças públicas é insuficiente para promover uma adequada composição de gordura corporal. Aumento na intensidade ou no volume de treino parece ser necessário para assegurar o sucesso de programas de treinamento visando emagrecimento.Downloads
Referências
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